Contei a Thane tudo o que meu pai havia me dito naquela noite, e durante todo o tempo ele escutou em completo silêncio.
— Você acha que eu devo beber isso? Digo, não acho que ele tenha alguma segunda intenção, mas...
— Se você acha que é seguro, então tente. — Thane me encorajou. Ele abriu o frasco antes de devolvê-lo para mim. Fiquei encarando o líquido, um pouco hesitante, mas então levei o frasco aos lábios e bebi tudo. Tinha um gosto amargo-doce.
— Como você se sente? — Ele perguntou, e eu dei de ombros.
— Não sinto nada de especial. — Respondi, colocando o frasco de volta na mesa. — Eu esperava... alguma coisa.
— Tente tirar suas asas.
Nos últimos meses, invocar minhas asas tinha se tornado algo extremamente doloroso; mas eu estava disposta a tentar. Levantei-me, preparando-me para a dor que normalmente acompanhava o processo, mas as asas brotaram das minhas costas tão facilmente quanto antes.
Foi rápido.
— Acho que funcionou. — Falei para Thane, e ele assentiu com um sorriso.
***