“Abigail Zapata Monterrey”Eu nem queria sair daquele banho com o Martim, estava tão bom que eu poderia ter passado a noite naquele banheiro. Mas nós saímos e quando abrimos a porta do quarto tinha duas coisinhas fofas esperando por nós, Pavê e Matilda estavam de prontidão, sentadinhos em frente a porta.- Oi, meus lindinhos! Vocês aprontaram com a bruxa hoje, hein?! A Abi está orgulhosa de vocês! – Eu me abaixei e brinquei com eles um pouquinho, fazendo festa em suas cabecinhas e eu podia jurar que a Matilda sorria.- Minha insuportável, você é péssima influência para esses dois! – O Martim riu.Nós olhamos em volta e parecia tudo limpo, também, pelo tempo que demoramos no banho dava para limpar tudo e ainda preparar o jantar. Nós descemos acompanhados pelos cachorros e eu achei estranho porque estavam todos ali, menos o filhinho da mamãe.- Que estranho, golpista geriátrica, o pintinho amarelinho foi embora e deixou a mamãe galinha sozinha? – Eu perguntei só para provocar, não dava
“Abigail Zapata Monterrey”Depois de arejar a cozinha e conseguirmos terminar a louça, o Martim e eu ficamos conversando com os irmãos dele na sala, mas eu havia notado os olhares da Pilar e da Nat pra mim desde que cheguei, parecia que elas queriam me dizer alguma coisa, mas não tinham coragem. Então eu decidi acabar com o sofrimento delas.- Pipa, Nat, vêm comigo preparar um café? – Eu chamei e elas se levantaram rapidamente, eu quase ri, porque na pressa elas trombaram uma na outra e me seguiram até a cozinha quase correndo abraçadas.- Abi, o que você está achando da vida de casada? – A Nat me perguntou como quem não quer nada, mas estava tão ansiosa que parecia querer tudo.- Se a noiva do chuck não estivesse aqui, eu diria que a vida de casada é perfeita! – Eu sorri para elas, enquanto colocava a chaleira debaixo da torneira. – Mas vocês duas querem me falar alguma coisa, eu já percebi, então vamos lá, falem ou perguntem, sei lá.- Abi, é que eu queria te perguntar uma coisa. On
“Martim Monterrey”Foi bom passar um tempo com os meus irmãos, eles se davam tão bem com a Abigail que eu não tinha dúvida que tinham por ela o mesmo carinho que tinham por mim. Mas, uns minutos antes de nós darmos a noite por encerrada, eu percebi a Seraphina trancando a porta e levando a chave consigo.- Coelhinha, o Enrico já chegou? – Já estávamos no quarto quando perguntei. Pensei que talvez tivesse me passado despercebida a chegada do hóspede indesejado.- Não, ursinho, o encostado vai dormir lá fora hoje. – A Abigail deu uma risadinha maldosa.- Abi, Abi, você é terrível! – Eu ri e caminhei em sua direção. – Hum, que mulher cheirosa! Sabe que eu adoro o seu cheiro?Eu passei o nariz pela pele do seu ombro, ela estava usando uma camisetinha de alças finas e eu puxei a alça para baixo. O cheiro dela era tão bom que eu tinha certeza que eu já estava viciado em senti-lo.- Se você tirar a minha roupa, pode sentir melhor. – Ela me provocou, seus olhos brilharam de desejo e eu já est
“Martim Monterrey”Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhu
“Martim Monterrey”Eu insisti com o Emiliano e ele enfim atendeu ao meu pedido, me levou para a casa da Mônica, mas não me deixou entrar sozinho. A Mônica morava com a mãe, o pai já havia falecido há muitos anos, e foi a mãe dela quem abriu a porta.- Martim? – A mãe dela me olhou como se eu fosse um fantasma, isso me deu a certeza de que a Mônica sabia mesmo de tudo.- A senhora não foi ao meu casamento, Dona Teresa! – Falei em um tom sarcástico. A mulher tremeu ao me olhar. – Onde está a sua filha?- Martim, a Mônica não conseguiu impedir a Alice. – A dona Teresa logo tentou defender a filha.- Ah, a senhora também sabia! É claro, o corno é o último a saber sempre! – Eu dei uma risada sem nenhum humor. – Onde está a cadela da sua filha?- Eu não admito que você fale assim da minha filha! – Dona Teresa tentou se impor, mas eu não dava a mínima pra ela.- Não se preocupe, eu mesmo a procuro. – Entrei na casa e estava prestes a subir as escadas para procurar aquela falsa da Mônica, mas
“Martim Monterrey”Depois que saímos da casa da Mônica eu decidi ir para o meu apartamento e pedi ao Emiliano que me deixasse sozinho. Ele relutou, mas recebeu a ligação de uma amiga que estava na cidade e precisou ir encontrá-la.- Eu vou te mandar o nome do restaurante onde vou estar, se você mudar de idéia, me encontra lá. – O Emiliano insistiu antes de sair.- Não se preocupe, meu amigo, eu vou ficar bem! – Tentei manter a calma para que ele não se preocupasse, pois ele era bem capaz de mandar a amiga vir para o apartamento e me incluir nesse jantar, só para não me deixar sozinho.Depois que ele saiu, eu olhei em volta e comecei a ficar agitado novamente. Esse apartamento seria onde eu iria morar com a minha esposa, a noiva fujona. Eu tinha um ótimo apartamento não muito longe dali, mas como me casaria e depois da lua de mel moraria nesse, eu havia esvaziado o meu antigo apartamento e entregado as chaves para o corretor no dia anterior.Mas olhando agora, eu não gostava desse luga
“Abigail Zapata”Estava tudo correndo tão perfeitamente bem! Até eu encontrar aquela besta no saguão do hotel. O que eu ia fazer? Aquele brutamontes arruinou o meu vestido e meu celular estava quebrado. Eu precisava de um celular novo e precisava de um banho. Eu estava prontinha para ir para o meu compromisso, comprei esse vestido especialmente para isso e agora ele estava destruído.- O que eu faço agora? – Eu olhava para o funcionário do hotel e estava quase chorando.- Senhorita, tem uma loja de celulares aqui perto, posso mandar o seu aparelho para o conserto, mas não deve ficar pronto hoje. Quanto ao vestido, podemos entregá-lo amanhã. Eu lamento por não conseguir ser mais rápido. – O funcionário me olhava até constrangido.- Tudo bem. – Suspirei. Não tinha jeito, eu teria que improvisar. – Eu não posso ficar sem o celular, você acha que eles podem trazer um novo aqui pra mim?- Com certeza, eu conheço o gerente de lá. Vou ligar imediatamente para ele. – O funcionário era prestat
“Martim Monterrey”Já havia se passado um mês desde que a Alice me deixou plantado no altar e desde então eu me tornei outra pessoa. Eu não vejo graça em mais nada, me tornei impaciente e irritado. Não confio mais nas pessoas, apenas na minha família e no meu amigo Emiliano. Mas, principalmente, eu agora não era mais o mesmo em relação às mulheres, eu apenas as usava para o meu prazer, mas nenhuma, nunca mais, teria o meu coração ou a minha gentileza, nunca mais! Eu fui traído de muitas maneiras, fui apunhalado pelas costas e esse tipo de coisa muda as pessoas. E me mudou!Pelo menos eu já tinha vendido aquele apartamento que eu odiava. Uma detestável cobertura triplex no prédio mais nobre da cidade que eu só comprei porque era o que a minha ex noiva queria. Eu não poderia morar lá, tanto porque eu achava o lugar horrível, quanto porque era o lugar onde eu moraria depois de me casar. Mas eu não me casei, então me livrei do apartamento. Passei uma semana no hotel, o mesmo hotel onde eu