“Magda Zapata”
Eu detestava os domingos, sempre detestei, sempre achei um dia inútil, em que tudo parece estar fechado e todo mundo recolhido em sua própria casa. Mas eu não detestava os domingos antes, quando os meus pais estavam vivos eu gostava. Eu ainda me lembrava do cheirinho da carne assada com batatas que a minha mãe fazia todos os domingos.
Mas depois que eles morreram, os domingos se tornaram o pior dia da semana, eu estava sempre sozinha e trancada naquele quartinho dos fundos na casa da minha tia, sem permissão de sair de lá até que os convidados dela fossem embora, o que poderia demorar horas. Mas foi ainda pior depois que eu fui morar com aquele traste do pai do Enrico, os domingos eram os dias que ele reunia os amiguinhos imprestáveis em casa e me obrigava a cozinhar e servir todos eles.
Depois disso eu já odiava os domingos, eu estava sempre sozinha, já tinha me acostumado. Os meus maridos sempre tinham um jogo de golfe ou um encontro num clube de cavalheiros e eu fica