“Mônica Vargas”
Eu estava só observando a interação entre o Mário e o Antônio. Na verdade eu estava até gostando dos dois, eles tratavam o Maurice com a mesma arrogância que o Maurice tratava o resto do mundo, inclusive a mim. Seria mais divertido se eu não estivesse sendo ignorada pelos três.
Ao entrar na sala de reuniões eu observei o Antônio se sentar como um rei na cabeceira da mesa, o lugarzinho de ouro do Maurice. Ele não suportava que ninguém tomasse o seu lugar e a naturalidade com que o Antônio fez isso foi hilariante. O Mário se sentou a esquerda do Antônio, a secretária que tomaria notas se sentou logo atrás e o Maurice olhava a situação como se não soubesse se escolhia outro lugar ou se dizia para o Antônio se levantar.
- Ora, Maurice, vai ficar em pé aí como um estagiário novato? Comece essa reunião, homem! – O Antônio era mesmo uma figura, tratava o Maurice como um idiota, parecia ser um desses velhos ricos e hostis.
- Claro, claro. – O Maurice se sentou em minha cadeira