Liz fechou os olhos, sentindo a dor de ser acusada tão injustamente por Valéria. A lembrança era amarga, mas nada se comparava à intensidade do olhar de Alexander, que a queimava. — Ela disse que você voltou para as ruas, onde, segundo ela, nunca deveria ter saído. E eu fiquei desesperado. Desde aquela noite em que te socorri, algo em mim despertou. Me senti responsável por você, Liz. Como se… como se te conhecesse antes. Como se fosse meu dever te proteger. Por mais estranho que isso possa parecer, eu sinto que já te conhecia… só não lembro de onde. Ele se abaixou levemente, ficando à altura dela, os rostos perigosamente próximos de novo. Liz pôde ver cada detalhe do rosto dele, o calor dos olhos, a tensão no maxilar. A respiração dele roçava sua pele, e tudo em seu corpo clamava por algo que ela mesma não queria admitir. Seus rostos se inclinaram, inconscientemente, como se um beijo fosse inevitável… mas ela se conteve no último instante, respirando fundo. — Posso falar agora? —
Ele lançou um olhar breve para ela antes de voltar os olhos para a rua. — Não é desprezo. — A voz dele saiu baixa, mais pesada. — Muito pelo contrário... Eu já amei mais do que qualquer homem nessa vida .Quanto ela morreu,Julia ,minha falecida esposa , tudo em mim morreu junto. Inclusive a capacidade de sentir esse tipo de amor de novo. Ela o fitou, surpresa com a honestidade. — Você é viúvo...? Ele assentiu. — Sim. E antes que pergunte, se tenho filhos ,sim, tenho uma filha. de seis anos. A razão da minha vida. Liz sentiu o coração apertar. — E mesmo assim vai me levar pra sua casa? Onde a sua filha mora?Ela não vai estranhar isso ? Ele respirou fundo. — Ela não está em casa. Está na casa dos avós. Dormindo lá hoje... contra a minha vontade. — Por quê? — perguntou, curiosa. A expressão dele endureceu. — Os pais da minha esposa.... estão tentando me tirar a guarda dela na justiça. Acham que eu não sou um bom pai por... motivos pessoais. Está sendo uma briga
Com o polegar, ele tocou seus lábios. Ela fechou os olhos, sentindo a eletricidade daquele toque. Esperava pelo beijo. Queria. Desejava. Mas ele se afastou. — Eu te quero, Liz. Como nunca quis mulher alguma. E está mais do que evidente. Ele se acomodou no sofá com a confiança de um predador no controle. Esticou uma das pernas com indolência e, com um leve tapa em sua coxa musculosa, a convidou sem dizer uma palavra. O gesto, simples e carregado de masculinidade, arrepiou cada centímetro do corpo de Liz. Hesitante, sentindo o coração martelar no peito, ela se aproximou. Seus olhos se encontraram por um instante — intensos, carregados de tensão e desejo contido — antes que ela finalmente cedesse e se acomodasse em seu colo. As mãos dele imediatamente deslizaram por sua cintura, firmes, possessivas,como se já fosse dele. A sensação do corpo dela encaixado sobre o dele fez seu maxilar travar. O calor entre os dois era palpável, quase sufocante. O vestido fino de Liz pouco escond
Mas Alexander não havia terminado com ela. Carregou-a no colo, o olhar faminto como o de um homem que havia provado algo viciante e precisava de mais. Entraram no quarto e ela, já mais ousada, o empurrou sobre a cama e montou sobre ele. Seus quadris começaram a se mover lentamente, provocando-o, guiando o ritmo. Alexander segurava seus quadris, os olhos cravados nela como se estivesse diante de uma deusa. — Isso... assim nifetinha gostosa ...me mostra do que é capaz — ele rosnou, sentindo-se à beira da loucura. Ela o cavalgava com um misto de desejo e desafio, os cabelos soltos balançando, os seios se movendo com cada movimento, os gemidos se misturando à respiração pesada dele. O prazer veio novamente, intenso, avassalador. E mesmo depois disso, ainda não tinham terminado. Alexander parecia uma máquina de fazer sexo e ela se igulava ao desejo insaciável dele ,depois que descobriu o prazer em seus braços. Foram para o banheiro. A água quente caía sobre os corpos ainda febris
Liz hesitou por um segundo. Uma pausa curta, mas suficiente para que o silêncio falasse por ela. — Não... por que eu ficaria? — mentiu, sorrindo com os lábios, mas não com os olhos. Alexander a observou em silêncio por um instante. Talvez tenha percebido a mentira, talvez tenha decidido ignorá-la. Seu rosto endureceu levemente, como se precisasse proteger algo dentro dele — ou dentro dela. — Que bom que não ficou — disse, a voz mais fria do que antes. — Porque eu fui claro, Liz. Não espere de mim o que eu não posso te dar. Se cometer o erro de se apaixonar e me cobrar algo... saiba que eu não hesitarei em tirar você da minha vida. Sem hesitar. O coração de Liz se apertou. Não pelas palavras em si, mas pela firmeza com que ele as disse. Ele não estava brincando. Mas, mesmo assim, ela não recuou. Quis desafiá-lo. Ou talvez, só quis entender até onde ele iria. — E se você se apaixonar? O que eu devo fazer? Ele riu. Um som baixo, rouco, sem alegria. — Não se preocupe, Li
Alexander a virou com facilidade, ficando por cima. Seus corpos se uniram em um encaixe perfeito, e a sensação foi tão arrebatadora quanto na noite anterior. Mas havia algo mais agora… um desejo misturado a necessidade, como se ambos soubessem que estavam se viciando um no outro. Os movimentos eram lentos no começo, quase uma dança. Depois, mais intensos. Mais fortes. Mais profundos. — Olha pra mim — ele ordenou, segurando o rosto dela entre as mãos. — Quero ver o que faço com você. Liz obedeceu. E o que Alexander viu em seus olhos o assustou. Entrega. Desejo. E… algo mais. Algo que não ousou nomear. O orgasmo veio como uma explosão, levando os dois a um limite de prazer e loucura que deixava marcas invisíveis na alma. Quando o corpo de Alexander tremeu sobre o dela, Liz envolveu-o com as pernas e os braços, como se quisesse prendê-lo ali, por mais tempo… por sempre. E, depois, ficaram em silêncio. Respirando juntos. Corações acelerados. Emoções à flor da pele. A
Alexander olhou para Liz por um breve instante, como se confirmasse algo silencioso entre eles. Depois, voltou-se para a filha e, com firmeza e ternura na voz, respondeu: — Mais que isso, meu amor. A Liz é minha noiva. O tempo parou por um segundo. Os olhos de Adélia brilharam, e um largo sorriso iluminou seu rosto. — Sério?! Que legal! Ela é muito bonita, papai! Agora eu vou ter uma mãe! Porque a minha de verdade mora no céu, né? — disse, inocente, encostando a cabeça no ombro dele. Alexander a apertou contra o peito, com um nó na garganta. Não conseguia responder, só acariciou seus cabelos com carinho. Já Tamara… congelou. Ela piscou várias vezes, como se tivesse escutado errado. A palavra “noiva” reverberava dentro dela como um trovão. As mãos tremiam discretamente, mas o sorriso forçado não caía de seu rosto. — Noiva? — repetiu, com um tom mais ácido do que pretendia. — Como você pode estar noivo de uma mulher que ninguém nunca viu ao seu lado antes? Você nunca
Quantas vezes sonhou com aquele homem dizendo que ela era a mulher da vida dele? Quantas noites passou acreditando que bastava um tempo para que ele enxergasse o óbvio? Que ela era a única constante. A única ali. Mas agora… tudo isso desmoronava diante de uma única palavra. Noiva. O gosto da humilhação era amargo. Alexander não apenas estava com outra mulher. Ele a escolhera. Apresentara-a à filha, anunciara um noivado, e ainda tivera a ousadia de prometer um jantar com a família. Diante dela. Como se Tamara fosse apenas mais uma visita qualquer. Não era. E ela sabia disso. Ela conhecia Alexander melhor do que ninguém. Sabia seus hábitos, seus silêncios, até os olhos cansados ao final de um dia difícil. Sabia o quanto ele podia ser frio, fechado, impenetrável — mas também sabia que, em seus raros momentos de fraqueza, era a ela que ele permitia estar por perto. Ela era a mulher que carregava a lembrança viva da irmã que ele amou. Era a ponte entre passado e presente. Era…