Eva Sparks é uma empresária e investidora do ramo da confeitaria, muito conceituada. Jaxon Denver é um CEO bem sucedido de uma empresa de administração. Quando a empresa de Jaxon entra em colapso, Eva é chamada pelo tio, principal investidor da empresa, para ajudar a entender o motivo da possível falência. Lá, o mundo dos dois colide, e uma briga de egos começa... Até o momento em que, acidentalmente, Eva destrói o relacionamento de Jaxon, e se sente muito culpada, ao ponto de dizer que, se ele precisar, ela fingirá ser sua namorada. Os dois selam um acordo... E o mundo de ambos irá virar de cabeça para baixo.
Leer másJAX NARRANDO
Existem poucas verdades imutáveis na vida, mas eu encontrei uma delas dentro da minha própria empresa: Eva Sparks tem um anjo e um demônio vivendo dentro dela, e eu nunca sei qual dos dois estará comandando ela quando chego no trabalho. Isso porque, nós disputamos poder o tempo todo.
Minha sala fica exatamente em frente a dela, e nossas mesas estão posicionadas de um jeito que, se minha porta estiver aberta, eu consigo vê-la trabalhar. A Eva não fecha a porta. Nunca. E isso é um saco.
Tudo começou três meses atrás, quando o tio de Eva indicou o cargo de CEO, de um homem que se aposentou, para sua querida sobrinha. Ela aceitou de bom grado e eu não posso negar que Eva faz um bom trabalho. Os funcionários adoram ela, muito mais do que eu, que estou há anos na empresa, isso porque ela é divertida e tem carisma... Mas ela é altamente irritante comigo. Parece que gosta de me provocar desde o primeiro dia de trabalho.
FLASHBACK: TRES MESES ATRÁS
A empresa está em um clima agradável e festivo. Lionel está contente e aguardando a nova CEO da empresa, que irá nos apresentar hoje. Sei que o nome dela é Eva e é sua sobrinha, não sei nada além disso. Espero que seja uma pessoa boa. O café da manhã cuidadosamente preparado pelos funcionários em homenagem ao querido Benjamin, nosso funcionário que se aposentou e abriu a vaga para Eva, demonstra o carinho que todos os seus subordinados tinham por ele. Eva vai ter um trabalho difícil para conquista-los.
Então, o elevador abriu e eu conheci meu pesadelo. De dentro do elevador, uma mulher de corpo esbelto, saia preta levemente rodada, na metade das coxas, uma camiseta branca um pouco larga e acessórios, muitos acessórios. Ela estava de salto alto e com um rabo de cavalo. Com certeza ela parece muito mais uma fashionista do que CEO de uma empresa, suas vestimentas não condizem com o cargo que ela irá assumir.
— Bom dia. — Ela disse, sorridente e com um café na mão. — Não sabia que era tão difícil achar um lugar para estacionar nessa rua.
— Não te deram acesso ao estacionamento? — Questionei e ela olhou para mim.
— Não, eles não acreditaram quando valei quem eu era.
Quis zombar e falar das roupas dela, mas fiquei em silêncio.
Ela foi apresentada para todos, e desde o começo, a equipe parecia muito feliz em recebe-la. Ela foi simpática com todos e muito agradável. Tudo bem, vou ter que engolir o que falei. Apesar de suas vestimentas, com a apresentação que ela fez e todos os títulos que ela possui e experiência, realmente, ela parece ter muita experiência e ser uma pessoa qualificada para o cargo.
A Denver Enterprise é minha vida. Faria qualquer coisa por essa empresa. Aliás, eu acho que o trabalho é a única coisa que me traz um pouco de felicidade, porque minha relação com meu pai e minha mãe é completamente destruída.
FIM DO FLASHBACK
E lá está Eva, trabalhando. Eu não sei porque, mas não consigo parar de olhá-la. Quando ela se levantou, vi a roupa do dia: Além de um belo batom vinho, está com uma calça de alfaiataria larga bege, um cropped branco e um casaco rosa por cima.
Ela veio andando até a minha sala e bateu na porta.
— Sim? — Falei.
— A gente precisa conversar. — Ela disse, séria. — As ideias que você me mandou no email são inviáveis, Denver.
— Não, não são, e é exatamente assim que vai acontecer. — Eu afirmei e me levantei.
Depois que Eva descobriu que eu tenho um pouco de insegurança com minha altura, ela aumentou o tamanho dos saltos que usa, só pra me provocar. Eu tenho um e oitenta, e ela, um e sessenta e cinco. Ela usa saltos de exatos quinze centímetros só pra me olhar nos olhos de igual para igual, como se isso a desse algum poder. Eva quer me intimidar quando o diabinho que habita dentro dela está no comando, e pelo visto, hoje, ele está dando as caras.
— Denver, por favor. — Reclamou. — Corte de gastos é uma coisa, trocar o plano de saúde dos funcionários por um plano porcaria é outra. Pelo amor de Deus! Vocês trabalham com esse convênio há anos, e nunca tivemos problemas.
— Eva, esse convênio está pagando cirurgias plásticas e cobrando de nós! — Ela cruzou os braços ao me ouvir.
— Foram duas reduções de mamas, Denver! Essas mulheres precisavam dessa cirurgia porque sentiam dores nas costas! — Eu neguei com a cabeça.
— Nós vamos cortar o convênio. Foram cirurgias plásticas e acabou. — Ela negou e se aproximou de mim, bastante.
Outra coisa que não gosto em Eva: Ela não respeita meu espaço pessoal.
— Não vamos. — Ela colocou as duas mãos nas laterais dos meus braços. — Olha pra mim. Essas cirurgias foram importantes para essas mulheres. Eu vi o resultado delas dentro da empresa, o desempenho delas melhorou e uma delas parou de faltar. Sabe quantas vezes elas faltavam por dores nas costas? Muitas, Denver. — Ela disse, me olhando nos olhos. E ela me olha de um jeito que parece poder enxergar minha alma.
— Não me olha assim, você sabe que eu odeio essa cara de gato de botas. — Reclamei.
— Não é cara de gato de botas. Eu estou te explicando algo importante. — Eu girei os olhos e dei dois passos para trás. — Deixe as meninas operar, é um investimento no funcionário!
— Você está fazendo esse drama todo por causa de um convênio médico que nem usa. Não se preocupe, Eva, você não vai precisar fazer uma redução de mamas, afinal, você nem tem! — Eu a provoquei.
Eva me olhou com surpresa, e sua boca formou um “o”. Provoquei demais. Estou ferrado, e já aguardo a retaliação.
Eva levou as duas mãos até a barra do cropped e literalmente o levantou, expondo os seios e os mostrando pra mim. Ela os esconde bem, porque são grandes e bonitos. Quando percebi que eu estava olhando, balancei a cabeça e virei para o outro lado.
— Você tá louca? — Questionei.
Ela veio na minha frente, já coberta, e com o dedo apontado para mim.
— Nunca mais fale algo sobre meu corpo que você não sabe, ouviu bem? E outra coisa, se você cortar o convênio, nós vamos brigar na frente de todos os funcionários e eu vou deixar claro que isso foi culpa sua, não minha.
— Tá, Eva, tá! Vai trabalhar, vai!
Eva saiu da sala, e eu passei a mão em minha própria testa. Comecei a suar só de lembrar do que ela fez na minha sala. Fui até a porta, e fechei, para não olhar mais para ela.
A Eva queria entrar na minha mente, e conseguiu. Ela fez de propósito e agora eu não consigo esquecer nem mesmo quando estou com um par de seios diferentes no rosto. Estou com minha namorada, com o rosto nos seios dela, mas não é nela que estou pensando e me sinto um monstro por isso. Quando terminamos de fazer amor, eu me joguei do lado dela na cama e ela se aninhou a mim.
— Como foi seu dia? — Ayleen perguntou.
— Ruim. — Respondi.
— Eva aprontou, de novo? — Questionou.
— Ela está estragando meus últimos dias com bastante frequência. Essa mulher é o demônio. — Girei os olhos ao falar.
— Queria ver a Eva pessoalmente um dia. — Ayleen disse e eu sorri.
— Leva um café pra mim amanhã a tarde. Tenho a impressão de que a Eva vai estar muito nervosa amanhã.
— E por quê? — Ela questionou.
— Cortei um plano de saúde caro para os funcionários e fiz outro. Ela achou que eu não tinha feito, discutiu comigo hoje, mas eu já fiz.
— Pelo que você me fala dela, ela vai surtar. — Eu suspirei ao ouvir.
— Uhum. E o seu dia, como foi?
— Maravilhoso. Minhas fotos ficaram incríveis.
Ayleen é fotógrafa, e é uma boa garota. Estamos juntos há um mês e meio e ela tem me trazido um pouco da paz que a Eva rouba. Era disso que eu estava precisando, afinal. Pouco tempo depois de transar, eu me levantei, vesti minhas roupas e fui para casa... E quando cheguei, vi Eva sentada na escada da minha casa, com uma embalagem na mão.
— Eva? — Questionei. Ela se levantou e suspirou.
— Oi.
— O que você está fazendo aqui? — Perguntei.
— Fui grosseira de novo com você. Eu tô tentando melhorar, tá? — Ela esticou a embalagem para mim, e eu a olhei com desconfiança. — Isso é um pedido de desculpa por ter... Bom você sabe, mostrado os peitos e apontado o dedo na sua cara.
Eu tive que rir. Ela manteve a cabeça baixa, e eu concordei com a cabeça.
— Tudo bem. Está desculpada. O que é isso? — Eu me sentei na escada, onde ela estava sentada anteriormente, e ela se sentou ao meu lado.
— Abre.
Eu abri, e vi um cupcake com confeitos coloridos. Olhei para ela, meio sem entender.
— Está envenenado? — Questionei. Ela sorriu.
— É claro que não! Eu não sou tão maluca assim. — Disse.
— Você é a definição de irreverência, Eva Sparks. Não duvido que tenha colocado um laxante nesse cupcake ou algo assim. — Falei, retirando a embalagem dele. Levei até perto da boca dela, a olhando nos olhos. — Dá uma mordida.
— Como você é desconfiado! É um pedido genuíno de desculpas, Denver. — Eu a olhava sério, ela girou os olhos e abriu a boca, mordendo um pedaço do cupcake.
Depois que ela engoliu, eu mordi um pedaço e senti o sabor de chocolate com um creme de avelã. Era realmente delicioso. Até os confeitos coloridos eram bons.
— Onde você comprou? É meu novo doce favorito.
— Eu fiz. Se esqueceu que eu tinha uma rede de confeitarias? A receita é minha. — Eu mordi mais um pedaço, terminando o cupcake.
— É, você era boa, devia voltar para esse negócio. — Ela riu porque falei de boca cheia.
Eva se levantou, e eu pude olhá-la indo embora. Estava com um vestidinho rodado, alegre, e dessa vez, estava de tênis. Seu cabelo castanho estava solto, e ele é bem longo, ultrapassa a metade da cintura. Ela tem olhos castanhos, e sua pele é branca como a minha.
— Tchau, Jackson Denver. Te vejo amanhã.
— Até, Eva Sparks.
Ela vai amaldiçoar até a minha alma amanhã, quando perceber que o que eu queria fazer, já foi feito. Espero que esse cupcake realmente não esteja envenenado.
Denver fez um café da manhã para mim na manhã seguinte ao incidente e o levou até a minha cama. Ele olhou nos meus olhos com sinceridade e disse:— Eva, eu sei que cometi erros, que houve um grande mal-entendido entre nós... Mas quero que saiba que jamais a abandonarei. Eu te amo e quero estar ao seu lado para sempre, será que você é capaz de me dar uma chance?Eu, inicialmente envergonhada, olhei nos olhos de Denver e percebi a sinceridade em suas palavras. Eu finalmente entendi que tudo não passara de um grande equívoco, afinal, por que alguém atravessaria um oceano com apenas um passaporte e a roupa do corpo, se não fosse por amor?Com lágrimas nos olhos, eu finalmente respondi:— Denver, eu também cometi erros, deixando que o passado nos afastasse e sendo imatura. Eu te amo, e acho que te amo desde o início. Vamos deixar o passado para trás e... Recomeçar. Do jeito certo dessa vez. Sem um relacionamento falso.E assim, com um café da manhã na cama e palavras sinceras, Denver e eu
DENVER NARRANDOCheguei no hospital com Eva e logo peguei os documentos dela para fazer a ficha. Ela estava agarrada em mim, muito fraca.— Você comeu alguma coisa hoje? — Perguntei.— Eu comi, mas vomitei tudo. Estou assim desde ontem. — Ela disse e eu respirei de forma profunda, a colocando sentadinha em um banco na sala de espera.Fiz a ficha dela, e então, voltei para sentar ao seu lado.— Você tá se sentindo muito mal? — Perguntei. Ela concordou com a cabeça.— Estou.— Vem cá, deita a cabeça no meu ombro. — Eu falei.Eva, mesmo brava comigo, encostou a cabeça em meu ombro e fechou os olhos.Alguns minutos depois, o médico chamou e eu a guiei até ele.— O senhor é pai da criança? — O médico perguntou.— Sim, eu sou. — Afirmei.Pela primeira vez, naquele momento, fui chamado de pai. A verdade é que minha cabeça estava uma confusão, eu sentia um turbilhão de coisas, mas decidi deixar pra resolver essa bagunça depois. Eu precisava estar ali pela Eva.O médico leu a ficha e fez algum
DENVER NARRANDO— Alô? — Atendi meu telefone. Era uma ligação da França... Sei que a Eva está por lá, então, tive a doce ilusão de ser ela.Eu não a esqueci. Não consigo parar de pensar um segundo nela, pra falar a verdade. Só que eu não posso abandonar tudo aqui para ir atrás dela. Talvez, se eu soubesse que ela ainda pensa em mim... Eu tomasse coragem pra ir. Mas ela foi embora tão convicta de que nosso contrato acabou que fiquei com medo, e com o coração partido.Os primeiros dias da partida dela, eu me fingi de forte. Fingi que estava tudo bem, mas não estava. Só que o tempo foi passando e ao invés de melhorar, aquele sentimento, aquela angústia foi ficando pior.— Qual é o seu nome? — Ouvi a voz do outro lado dizer. Não entendi, afinal, essa pessoa estava me ligando... E não, não era a Eva.— Desculpa, você liga para alguém e não sabe o nome da pessoa? — Eu falei e a pessoa do outro lado da linha respirou de forma pesada.— Você namorou com a Eva Sparks? — Eu engoli seco ao ouvir
EVA NARRANDOEu vomitei minha alma naquele banheiro. É sério, não teve uma gota de líquido que tivesse sobrado no meu estômago. Foi simplesmente tudo. A minha assistente Lana me esperava na porta, meio que desesperada por causa do que acabara de acontecer.— Eva, você está bem? Por favor, me dá uma resposta. — Ela falava do lado de fora. Eu apenas respirei fundo e tentei responder, mas outra vez meu estômago começou a empurrar água para fora.Depois que finalmente parei de vomitar, saí do banheiro com tontura. Lana me esperava com uma garrafa de água e um bolinho salgado de alho poró na mesa. Eu me sentei e respirei fundo, bebendo a água e depois, dei uma mordida no bolinho.— Hmmm. Obrigada. — Falei, de olhos fechados.— Eva... Desculpa a intromissão, mas... Você não está grávida não? — Lana disse e eu neguei com a cabeça.— Não. Quer dizer, eu não sei. — Eu falei, olhando para ela com os olhos arregalados. — Por Deus, eu foquei tanto na abertura da Sweetsparks aqui na França que esq
EVA NARRANDOColoquei minhas coisas dentro do carro e vi Denver vindo atrás de mim no estacionamento da empresa. Ele gritava meu nome, e isso me fez parar e virar para ele.— O que você quer? Já não me feriu o suficiente? — Eu falei, nervosa. Ele me olhou nos olhos e negou com a cabeça.— Não foi de propósito! Por favor, me dá uma chance de me explicar! — Ele gritou comigo.— Como você vai explicar tudo isso? As suas atitudes nos últimos dias foram ridículas! Você me quebrou, Denver, e eu não quero mais saber de você na minha vida! Eu vou ter que me consertar mais uma vez por causa de um homem imaturo e insensível! — Falei e entrei no meu carro. — Não me procure mais! Nunca mais, entendeu?Eu bati a porta do carro e comecei a dirigir de um jeito tão nervoso que o carro cantou pneu. Vi Denver pelo retrovisor, e ele parecia chateado. Tão chateado quanto eu. Eu não sei de onde vinha essa chateação dele, afinal... Ele é o culpado por tudo isso.Em uma semana, eu estava embarcando para a F
DENVER NARRANDOAcabamos adormecendo daquele jeito, já que eu estava ao lado dela na cama. Quando acordei já eram oito da manhã, e decidi fazer algo legal para Eva. Queria preparar o café da manhã dela, e então, saí do quarto para escolher pessoalmente as coisas.Quando cheguei no andar da recepção, vi Ayleen descendo as escadas e ela literalmente tropeçou na escada e caiu, rolando por ali de um jeito horrível. Ela começou a chorar e se sentou segurando o pé. Fui até ela, assustado, e ela chorava.— Ai, meu Deus! Meu pé tá quebrado! — Ela choramingou.— Droga... Eu vou te levar para o médico. — Eu falei. — Se segura em mim. — Pedi e ela passou os dois braços ao redor do meu pescoço.Eu carreguei Ayleen para fora do hotel. Eu não sabia que essa decisão mudaria quase todo o resto da minha história. Os mal entendidos começaram naquele instante.Enquanto eu carregava Ayleen até o meu carro, com pressa, assim que cheguei no carro eu a coloquei no chão para abrir e acabei derrubando meu cel
Último capítulo