A porta do apartamento se fechou com um clique suave atrás de Aurora, abafando o som da cidade e mergulhando-a em um silêncio denso, íntimo — quase cúmplice.
Enzo não disse uma palavra durante o caminho de volta. Mas o olhar dele dizia tudo. Cada vez que os olhos escuros se fixavam nela, era como se a despisse em pensamento. Como se soubesse exatamente o que faria, cada gesto planejado com precisão cirúrgica.
Aurora encostou-se à parede, ainda segurando a clutch com as pontas dos dedos, o coração batendo rápido. Não de medo, mas de expectativa. De antecipação.
Enzo caminhou lentamente até ela, o casaco do terno já abandonado sobre o sofá. Estava apenas com a camisa branca ajustada, a gravata afrouxada, as mangas dobradas com um desleixo calculado. Ainda assim, parecia dominar o ambiente inteiro.
— Você sabe o que está fazendo? — ele perguntou, a voz mais grave do que nunca.
Aurora o encarou. Estava nervosa, sim. Mas não recuaria.
— Sei o que quero — respondeu, firme, mesmo que a voz tenha saído mais baixa do que esperava.
Ele parou diante dela, os rostos a poucos centímetros. Levou a mão até seu rosto e a tocou com delicadeza, os dedos deslizando pela linha da mandíbula, depois até a nuca.
— Pode me dizer para parar — murmurou. — A qualquer momento.
— Eu não quero que pare.
Aquela resposta o fez sorrir, de um jeito diferente. Não era arrogância. Era aprovação.
Os lábios dele tocaram os dela com uma lentidão torturante. Um toque suave, mas cheio de tensão. Como se saboreasse a espera, como se medisse o impacto. E quando Aurora respondeu ao beijo, foi como se algo dentro dela se partisse — ou se libertasse.
Enzo aprofundou o beijo com firmeza. A mão dele envolveu sua cintura, puxando-a contra seu corpo. Ela sentiu a rigidez dos músculos sob a camisa, o calor dele invadindo sua pele mesmo através do tecido fino do vestido.
As mãos de Aurora exploraram as costas dele, inseguras no início, depois mais corajosas. O beijo se tornou mais urgente, mais quente. Ele a prensou contra a parede, o corpo inteiro dominando o espaço, a boca agora explorando sua mandíbula, depois o pescoço.
Ela arfou quando os lábios dele roçaram seu ombro exposto, os dedos puxando lentamente uma das alças do vestido.
— Está com calor — sussurrou, puxando a outra alça com a mesma calma provocadora.
O vestido deslizou por seu corpo como uma onda de seda, caindo aos pés dela. Aurora estava sem sutiã, como ele pedira. A pele arrepiada, os seios expostos à meia-luz do quarto. Enzo a observou por um segundo que pareceu eterno.
— Você é uma visão — disse, com reverência verdadeira na voz.
Ela sentiu as bochechas queimarem, mas não recuou. Enzo levou a boca até um de seus seios, lambendo o mamilo com lentidão, depois sugando com intensidade controlada. Aurora gemeu baixo, sentindo as pernas fraquejarem.
Ele a segurou com firmeza, a mão descendo até suas coxas, explorando com calma. Quando seus dedos encontraram a renda fina da calcinha, ele a puxou lentamente, como se desembrulhasse um presente valioso.
— Toda essa provocação… e você já estava molhada — provocou, os dedos agora explorando entre suas pernas com movimentos circulares e suaves.
Aurora se contorceu, a respiração descompassada, o corpo buscando mais.
— Cama? — ela murmurou, sem ar.
— Não — respondeu, com os lábios roçando sua orelha. — Quero você agora. Aqui.
E então ele a ergueu nos braços com facilidade, como se ela não pesasse nada. Encostou-a na parede outra vez, o corpo dele encaixando perfeitamente entre suas pernas abertas. Ela sentiu a rigidez dele pressionando contra si, por cima da calça ainda fechada.
Aurora cravou as unhas nos ombros dele.
— Enzo…
Ele a olhou nos olhos.
— Diga que é isso que quer.
— Eu quero. Porra, eu quero você.
Foi tudo que ele precisava ouvir.
Com uma mão, abriu o cinto. A calça caiu alguns centímetros, o suficiente para libertá-lo. Aurora sentiu o toque quente e rígido dele roçando sua pele nua. Os olhos se encontraram por um segundo — um momento de puro entendimento.
E então ele a penetrou com força e precisão.
O gemido dela se perdeu em sua boca, enquanto ele se movia dentro dela com ritmo firme, controlado. A parede tremia levemente atrás de suas costas, mas Aurora não se importava com nada além do que estava sentindo.
A língua dele explorava sua boca, o pescoço, os seios, enquanto os quadris mantinham o ritmo que a fazia gritar o nome dele entre suspiros. Era intensidade pura, misturada com desejo antigo e provocação recente.
Quando o orgasmo veio, foi como um raio atravessando seu corpo. Ela se agarrou a ele com força, sentindo-se explodir em mil sensações. Enzo a acompanhou segundos depois, enterrando o rosto em seu pescoço, ofegante, suado, vivo.
Ficaram assim por um tempo, os corpos colados, o silêncio preenchido apenas pela respiração descompassada.
— Isso muda tudo — ela sussurrou, ainda ofegante.
Enzo a olhou, os olhos escuros mais suaves do que nunca.
— Não se preocupe com o amanhã, Aurora. Esta noite... você é minha.