A sacada estava iluminada apenas pela luz fraca da lua e pelas lanternas decorativas que davam ao espaço uma atmosfera acolhedora.
O ar fresco da noite era um alívio bem-vindo depois do calor sufocante do salão.
Peguei uma taça de vinho e fui para lá, esperando que o silêncio me ajudasse a organizar os pensamentos. - Augusto ainda conseguia fazer uma bagunça dentro de mim.
Encostei-me na grade, olhando para o horizonte, enquanto respirava fundo tentando manter minha cabeça no lugar. As luzes da cidade brilhavam como estrelas e a minha mente não focava exatamente nelas, pois estava a quilômetros dali.
O peso de tudo que eu vinha carregando parecia mais intenso agora.
Eu estava tão absorta que não percebi a aproximação de Rangel até ouvi-lo atrás de mim.
—Achei que te encontraria aqui! - Disse ele com a voz séria, sem o habitual tom brincalhão.
Virei lentamente para encará-lo, e ele parecia... diferente.
Não era o Rangel provocador de sempre. Havia algo mais genuíno no olhar