A proposta dele me pegou completamente desprevenida. Ficar juntos? A confusão na minha mente só aumentava.
— O quê? Perguntei mostrando meu espanto.
Rangel me olhou com uma expressão séria, mas havia algo de provocador naquele sorriso que sempre parecia estar à espreita.
— Vamos lá, Luiza. Não finja surpresa. Você sabe que sempre teve algo entre nós, mesmo que você tenha escolhido Augusto naquela época.
— Rangel, isso não é sobre nós. — Minha voz saiu firme, mas meu coração batia descompassado. — É sobre Ane.
Ele cruzou os braços e se inclinou na cadeira, me observando com calma.
— E exatamente por isso minha proposta faz sentido. - Ele deu de ombros, como se estivesse falando de algo óbvio. — Se eu fingir ser o pai dela, as pessoas vão começar a perguntar. Inclusive Ane. Você acha que vai conseguir sustentar isso sem algo mais sólido entre nós?
Engoli em seco, desviando o olhar. Claro que ele tinha razão. Fingir que ele era o pai de Ane já era um plano insano. Fazer isso