~ HENRIQUE ~
Assim que a porta do elevador engoliu Logan Novak, o andar pareceu respirar de novo.
Não porque ele fosse um monstro — embora muita gente no prédio apostasse que sim —, mas porque Logan carregava um tipo específico de gravidade. Ele entrava num ambiente e as coisas se alinhavam: papéis, pessoas, intenções. Até o ar ficava mais eficiente.
Eu voltei para a minha sala com essa sensação grudada na nuca e fechei a porta atrás de mim.
Sentei, encostei os dedos na mesa e fiquei olhando para o nada por exatos três segundos, como se isso fosse uma pausa. Não era. Pausa de verdade é quando a cabeça para de trabalhar. A minha não parava.
O nome tinha batido na minha retina como placa de trânsito: rápido, inevitável, impossível de “desver”.
Eu não tinha visto de propósito. O RG tinha escorregado da pasta da Mareu, eu me abaixei, peguei, entreguei… e meu cérebro, maldito, fez o que sempre fez: leu. Registrou. Catalogou.
Maria Eugênia Valença.
Eu tinha fingido normalidade, porque a alt