Lúcia Donovan
Cinco dias.
Foram cinco dias desde que tudo virou uma névoa de dor, gritos e silêncio. Cinco dias em que acordei e dormi com máquinas apitando perto de mim, enfermeiras medindo pressão, médicos avaliando exames, Nate ao meu lado como uma sombra protetora que não cedeu um segundo. Cinco dias em que a palavra "Samuel" queimava na minha boca e no meu peito como uma oração que eu não podia terminar.
Agora, finalmente, o corredor não terminava na porta branca da UTI onde eu ficava. Hoje, terminava na UTI neonatal.
“Está pronta, Lúcia?” Dra. Cameron perguntou, com aquele tom paciente de quem entende que prontidão é algo relativo.