Lúcia Donovan
As luzes brancas da sala de parto me cegaram por um segundo. O frio do ar-condicionado, o barulho de vozes técnicas, o bip constante do monitor, tudo me fez sentir pequena, vulnerável, prestes a desmoronar. As contrações vinham como ondas gigantes, quebrando sobre mim sem piedade. Eu agarrava a mão do Nate como se fosse meu único porto.
“Você precisa respirar, Lúcia. Respira comigo,” ele insistia, com a voz falhando.
“Eu tô respirando, droga!” retruquei, lágrimas escorrendo pelo rosto. “Você acha que eu não tô tentando?!”
Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso, quase gritando com a médica. “Isso não tá