Enzo Kendrik
A porta bateu.
O silêncio me engoliu.
Olhei para a pasta que ela tinha deixado em cima do aparador com todos os meus novos documentos de saúde. Tudo organizado, como se a vida ainda fizesse sentido. Mas dentro de mim não fazia. Nada fazia.
Me soltei no sofá. A tipoia prendia o ombro, me lembrando a cada segundo do que eu não tinha mais. O braço esquerdo. Mudo, inútil, morto no meu próprio corpo. Sempre fui o cara que resolvia tudo sozinho. O que não dependia de ninguém. Agora eu não conseguia me manter estável, por carregá-lo.
Então a imagem de Olivia voltou forte em minha mente