Yolanda
"Célia." Eu rolei o nome na língua. "Como me encontrou? Me esperou no portão e resolveu me seguir? Que fofo."
"Eu não sigo. Eu observo." Ela encostou os dedos no copo que o barman trouxe pra ela sem que pedisse, hábito antigo, ou contato ajeitado. "E você é previsível, Yolanda. Presa, sai e vai direto afogar as mágoas."
"Vá pro inferno." Fiz sinal para mais uma dose. "O que você quer? Um brinde à minha liberdade? Uma selfie? Ou veio esfregar na minha cara que o mundo continuou girando sem mim?"
"Vim te oferecer algo que te interessa." Ela apoiou o cotovelo no balcão, a ponta do queixo nos dedos. "Dinheiro. E um motivo."
"Eu tenho um motivo." O gelo bateu no meu dente com um estalo. "Aquela santa grávida ocupando o lugar que é meu. O milionário brincando de família feliz para todo mundo ver. A minha filha di