Lúcia Mendes
O carro deslizou até parar diante da minha casa. As luzes da rua refletiam no capô, e, por um instante, fiquei imóvel, com as mãos no colo, como se levantar fosse admitir que tudo aquilo era real.
Nate desligou o motor e virou o rosto para mim. O olhar dele queimava, mas a voz veio baixa, firme.
“Te deixo agora… mas às oito em ponto estou de volta para te buscar. Não se atrase, chaveirinho.”
Revirei os olhos, tentando disfarçar o nó no estômago. “Você e esse apelido ridículo.”
Ele arqueou uma sobrancelha, divertido. “Engraçadinha.” Se inclinou, pousou um beijo rápido nos meus lábios