O telefone tocou às três da manhã de uma sexta-feira, me tirando de um sono profundo. Por alguns segundos, fiquei completamente desorientada, tentando entender onde estava e por que meu celular estava fazendo barulho no meio da madrugada londrina.
Quando finalmente consegui alcançar o aparelho na mesinha de cabeceira, vi o nome "Zoey" piscando na tela. Meu coração deu um salto - ligações no meio da madrugada nunca eram boas notícias.
— Zoey? — atendi, ainda com a voz rouca de sono. — Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
— Oi, Anne! — A voz da minha irmã soou animada demais para três da manhã. — Como você está?
— Zoey — disse, me sentando na cama e olhando para o relógio digital —, são três horas aqui.
— São? — Ela pareceu genuinamente surpresa. — Merda, eu nunca vou conseguir acertar esses horários. É de manhã ou de tarde?
— Madrugada! Muito madrugada!
— Ah, desculpa! — Ela riu, mas não parecia nem um pouco arrependida. — É que eu não sei mais o que é dia ou noite. Sabe há quanto te