A manhã estava fresca quando entramos no carro em direção ao hospital. Christian parecia inquieto desde que havia acordado, seus dedos tamborilando nervosamente no volante enquanto dirigia pelas estradas serpenteantes. O silêncio inicial foi gradualmente quebrado por seus pensamentos em voz alta, como se ele precisasse verbalizar suas confusões para tentar organizá-las.
— Eu simplesmente não entendo — disse, balançando a cabeça enquanto reduzia a velocidade para uma curva mais fechada. — Nunca achei que meu pai ou meus tios tivessem interesse verdadeiro nos negócios da família.
Ajeitei o cinto de segurança e me virei ligeiramente para observar seu perfil tenso, vendo como a luz matinal destacava as linhas de preocupação ao redor de seus olhos.
— Tio Giovanni, pai do Marco, sequer sai de sua propriedade na Itália há décadas — continuou, como se estivesse tentando resolver um quebra-cabeça impossível. — E tio Luigi, pai do Antônio, nunca gostou de qualquer esforço que fosse além de degu