Capítulo 107

O silêncio na adega parecia se estender infinitamente, minha confissão pairando no ar como uma nuvem tóxica. Esperei a decepção aparecer no rosto de Giuseppe, a mágoa, o sentimento de traição. Mas o que veio a seguir me deixou completamente atordoada.

Uma gargalhada.

Não uma risada educada ou forçada, mas uma gargalhada genuína e profunda que parecia vir do fundo de sua alma. Seus ombros tremiam com o esforço, e por um momento absurdo, pensei que ele estava tendo algum tipo de ataque.

— Giuseppe? — perguntei hesitante, preocupação substituindo minha própria angústia.

Ele levantou a mão, pedindo um momento enquanto tentava recuperar o fôlego. Finalmente, enxugando uma lágrima de riso do canto do olho, ele me olhou com uma expressão que mesclava diversão e ternura.

— Minha querida, tenho 83 anos, não 8. — Ele balançou a cabeça, ainda sorrindo. — Você acha mesmo que eu não sabia?

Senti como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés.

— Você... sabia? — As palavras saíram quase inaudívei
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