134. Para o Bem de Todos
“Ettore Bianchi”
Trabalhar é quase impossível quando minha cabeça está funcionando como uma centrífuga.
Mal consigo me concentrar nos relatórios à minha frente quando Isabella aparece na porta da minha sala.
— Posso falar com você? — ela pergunta, hesitante.
— Claro, entra.
— Você me pediu para ajudar e… — Ela se aproxima, claramente nervosa, torcendo as mãos. — Meu pai já sabe sobre… sua sogra ter acordado. E sobre as investigações.
— Como ele soube? — pergunto, levantando uma sobrancelha.
— Meu pai tem contatos na polícia — explica, evitando meu olhar. — E está… empolgado com a situação.
— Empolgado?
— Por que acha que ele convocou a reunião do conselho? — rebate, arqueando as sobrancelhas. — Ele está alegando “questões urgentes de liderança”.
Fecho os olhos e respiro fundo. Como se eu não tivesse problemas suficientes.
— Obrigado por me avisar, Isabella — respondo, por fim.
— Ettore… — ela murmura, já abrindo a porta. — Sinto muito. Por tudo.
Assinto em silêncio, obs