179. A Receita Perfeita Para o Desastre
A segunda-feira chega mais rápido do que eu esperava, e me encontro no escritório às sete da manhã, uma hora antes do usual.
Não consegui dormir direito e desisti de ficar rolando na cama.
Emily chega às oito e me encontra já no meu segundo café, organizando compulsivamente os mesmos documentos pela quinta vez.
— Jesus, Aurora — ela diz, largando a bolsa na cadeira. — Você dormiu aqui?
— Não consegui nem dormir — admito, passando a mão pelos cabelos. — Fica indo e voltando na minha cabeça.
— O quê? Que você vai trabalhar com o Lorenzo ou que beijou ele?
— As duas coisas — murmuro, jogando a caneta na mesa. — Emily, eu não sei o que me deu. Nunca fiz nada parecido na vida.
— Talvez porque nunca tenha encontrado alguém que te fizesse perder o controle assim.
— Eu não perdi o controle — respondo, revirando os olhos. — Eu estava bêbada.
— Aurora — ela se senta na beirada da minha mesa — você pode enganar todo mundo, menos a mim. Vi como você olhou para ele no sábado à noite.
— C