Capítulo 02

Majú...

— Ai merda! Falo assim que sinto uma pontada na minha barriga e a água escorrer pela minhas pernas. — Droga, droga, droga! Esbravejo.

Minha bolsa acaba de estourar e eu estou no meio de um supermercado, cheio de compras no carrinho e completamente sozinha. Onde eu estou? Bem, vou tentar resumir.

Quando fugi de Lyon, na hora da raiva e do impulso fiz uma pesquisa rápida no meu notebook já que eu havia ido pro meu apartamento aquele dia.

Nessa pesquisa descobri uma cidade pequena no interior de são Paulo chamada Adolfo, com aproximadamente 3.500 habitantes. Eu queria criar meu beber em uma cidade calma e tranquila.

Assim que cheguei aqui, a princípio fui morar em uma pousada mais logo consegui alugar uma casa, ela é pequena, possui apenas um quarto, sala, cozinha e um banheiro mas como é só eu e meu bebê que vamos morar aqui ela está ótima por enquanto, mais pra frente alugo uma maior.

Nesses quase três meses eu consegui montar o enxoval do meu baby, não é muita coisa, mais é o necessário para recebê-lo ou recebê-la.

— Aiiiii, cacete! A dor aumenta e com dificuldade me firmo no carrinho para não escorregar na água que está no chão. Tento andar pra fora do estabelecimento mais sou parada por um homem.

— Epa! Pera aí. Ele me encara por um tempo, como se me conhecesse mais logo volta a falar. — Acho que alguém vai nascer hoje. Ele continua a falar segurando meu braço e olhando pra minha barriga.

— Bela hora! Dou um sorriso tímido e respiro fundo sentindo uma contração vir.

— Quer que eu ligue pra alguém? Ele pergunta e é nesse momento que tenho a sensação que conheço esse homem de algum lugar.

— Já nós conhecemos? Pergunto mesmo em meio as dores.

— Com certeza não! Ele responde.

— Não tem ninguém pra ligar, só preciso que você chame uma ambulância, ahhhhhh... Resmungo pela contração que vem.

— Nem o pai do bebê? Ele insiste.

— Não! Me limito a responder só isso.

— Então deixa eu te segurar que eu mesmo te levo para o hospital.

Eu não tinha o que fazer, estava no meio de um supermercado, com a bolsa estourada e com contrações forte, minha única opção era aceitar a ajuda de um estanho ou meu bebê nasceria ali mesmo.

Sem demorar muito chegamos no hospital da cidade, percebo que todos ali ficam encarando o homem que está me ajudando é como se ele fosse importante, vários médicos me cercam.

— Ela está em trabalho de parto, ajudem ela! Ele ordena e todos o obedecem, fico curiosa com aquela situação mais a dor era tanta que esqueço rápido desse assunto.

O médico conversou comigo e optamos por um parto normal, seria melhor pra mim que sou sozinha, a recuperação seria rápida e seria ótimo para o bebê também.

Já estou em um quarto, sendo preparada para o parto, me perguntam se eu quero que filme e eu autorizo, quero guardar esse momento pra sempre.

— Seu Sandro está lá fora muito ansioso, posso autorizar a entrada dele para assistir o parto? Pergunta uma enfermeira, acho estranho a pergunta já que acabei de conhecê-lo e pensei que ele já havia ido embora.

— Ele não foi embora? Pergunto curiosa.

— Não senhora, ele está esperando pra ter certeza que tudo correrá bem.

Fico pensando por alguns segundos mais no final autorizo a entrada dele, que mal tem? Ele me ajudou e está preocupado comigo e com o bebê, Sandro então é o nome dele!

Com um médico me incentivando a fazer força e duas enfermeiras ajudando ele, uma pediatra aguardando e uma outra pessoa filmando tudo, meu pacotinho vem ao mundo. Sandro o tempo todo ao meu lado acariciando minha cabeça e me tranquilizando, ouço o choro forte do meu amor e é inevitável as lágrimas caírem.

— É um meninão! Diz o doutor e o coloca em meu colo.

Ele é simplesmente lindo, todo grandão e cabeludo, a cara do pai, assim que vem para os meus braços seu choro cessa, acaricio seu rostinho lindo e beijo-o ainda com lágrimas escorrendo em meu rosto. A partir de agora eu não estava mais sozinha nesse mundo, eu tinha um pedacinho que me faria companhia até o último dia da minha vida.

**

Estou em um quarto com meu pequeno nos braços , amamentando e que sensação maravilhosa era essa.

Sandro estava ali, observando tudo e assim que meu pequeno termina de mamar eu digo:

— Obrigado por tudo, por ter me ajudado, por estar comigo lá dentro e por estar aqui, mais se você quiser já pode ir, vai descansar. Na verdade eu estava incomodada por ter uma pessoa que eu nem conhecia direito ali o tempo todo.

— Tá me expulsando Maria Júlia? Diz ele me encarando e aquela sensação que eu já o conheço volta.

— Claro que não! Mais você me parece um homem muito ocupado. Tem certeza que não nos conhecemos? Pergunto de novo intrigada com aquela sensação.

— Tenho! Se eu já tivesse te conhecido com certeza esse bebê seria meu filho!

Fico mega constrangida com seu comentário e ele percebendo isso, muda logo de assunto.

— Realmente eu tenho um compromisso hoje e estou muito atrasado, mais volto para te vê amanhã, posso?

Eu não tinha como dizer não para um cara que me ajudou tanto então só respondo que tudo bem.

Quem é Sandro? Alguém sabe? 🤔🤔🤭

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