NATÁLIA
O tempo parecia ter desacelerado um pouco. Funguei, olhando para seus olhos oceânicos que me observavam.
Ricardo soltou um suspiro seco e plantou um beijo sobre o meu nariz. — Você não me odeia.
Idiota arrogante!
Continuei encarando-o. As lágrimas pararam de escorrer dos meus olhos, e a raiva tomou conta. Eu odiava como ele sabia sobre minhas emoções e, ainda assim, brincava com elas.
Ricardo acariciou meu ventre por cima do meu vestido. Descargas de eletricidade percorreram meu corpo, aquecendo o meu sangue.
— Eu não vou te perdoar por isso. Vou guardar rancor e vou te apunhalar pelas costas quando a hora certa chegar. Não espere que eu seja leal depois do que você fez comigo. — Desabafei, sentindo suas mãos por toda parte.
Ricardo pressionou um beijo firme e duradouro no canto esquerdo dos meus lábios e sorriu para mim:
— Isso será o suficiente para compensar você?
— Não. — Respondi sem emoção. — Diga-me a verdade... É a única coisa que pode me fazer esquecer o que v