- Já o avisei no telefone de emergência, por mensagem. – O outro respondeu.
- Eu estou morrendo? – perguntei, sentindo um nó na garganta ao ouvir a conversa deles.
- Não. – Ele foi sério. – Mas ele fará todos os exames necessários e só será liberada quando ele achar que está tudo bem de verdade com a senhora.
- Eu não posso ficar aqui... Eu...
“Eu não tenho dinheiro para pagar, galera”. Mas como dizer-lhes isso?
A enfermeira trouxe a cadeira de rodas até mim.
- Sente-se, senhora, por favor. – Tentou me ajudar.
Retirei as mãos dela. Eu estava bem. Não precisava de ajuda. Era só uma cólica, daquelas que só passava com muitos analgésicos, bolsas de água quente e Ben e Salma. Onde estavam meus amigos? Eu imaginei que estava morrendo, ou não chamariam um Ginecologista de emergência. E se não morresse de doença, morreria quando recebesse a conta do hospital. Certamente desta vez eu perderia meu rim, que tirariam ali mesmo para quitar as despesas. Ou se eu quisesse me manter com dois rins,