Quando percebi os olhos dele nos meus, perguntei, um pouco encabulada, tentando me justificar:
- Estava tentando identificar a cor dos seus olhos.
- Oficialmente verdes. – Sorriu gentilmente. – Embora algumas pessoas achem que são azuis.
- Eu achei que eram azuis. – Bati a mão na perna, sabendo que tinha errado.
- Azuis são os seus. – Observou.
- Iguais os da minha mãe... E da minha avó. – Fiz questão de falar, orgulhosa.
- Senhor, já faz meia hora... – o homem que o acompanhava falou. – Não está cansado? Quer que eu relembre que o senhor está aqui?
- Não precisa. – Ele levantou a mão, confirmando que estava bem.
A cadeira de rodas dele era enorme e tinha vários botões. Certamente de última geração.
- Não sei qual é o seu horário, mas pode passar na minha frente se quiser. Não tenho nada para fazer mesmo... Sou uma desempregada. – Sorri da minha condição.
- Estou aguardando o resultado de alguns exames. Não tenho pressa também.
- Eu... Bem... Nunca vi um homem ir ao Ginecologista. Eu