Uma lagarta fumando narguilé (II)

Vi a mensagem digitando... Digitando... Digitando... E nada na tela. Fiquei na dúvida se Aydan estava escrevendo, se arrependendo e apagando ou me mandaria uma lição de moral por escrito, o que era bem justo.

@Tayla_ Me chame de vagabunda... Do que quiser... Mas por favor, diga alguma coisa.

@Aydan_ Por que nunca nos falamos de verdade?

@Tayla_ Por que moramos em países diferentes? – Tentei.

@Aydan_ Quero ouvir sua voz.

Sim, aquilo foi uma das coisas que eu sempre evitei: falar com ele por uma ligação, fosse de vídeo ou uma daquelas simples mesmo, um ouvindo a voz do outro através do aparelho. Na próxima semana faria um ano que nos conhecíamos e desde então só havíamos nos comunicado por mensagem de texto.

@Tayla_ Justo agora? – fiquei temerosa – Porque... Não há a mínima possibilidade de eu voltar atrás.

@Aydan_ Acha que sou tão ruim assim?

@Tayla_ Não, pelo contrário, você é a pessoa mais incrível do mundo.

@Aydan_ Mas você escolheu Ryan.

@Tayla_ Sinto muito por ter sido fiel a mim.
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