“Patrício”A noite que a Lisandra me deu foi surreal! Ela era perfeita, linda demais, um anjo que eu ousei cobiçar. Enquanto ela dançava naquele pole dance, subindo e descendo, o meu coração ia sendo condenado. O que aquela mulher estava fazendo comigo? Ela não me deu escolha, eu não tinha para onde fugir e de repente meu peito ficou pequeno demais para tudo o que eu estava sentindo. E o que eu estava sentindo? Isso não era paixão. Era tão diferente. Era algo que eu não havia sentido antes. Era outra coisa, algo que me assustava.Ela dormiu tranquila no meu peito e eu não consegui pregar os olhos, meus pensamentos estavam disparados em minha mente. Logo que o dia começou a clarear eu me levantei com cuidado, me vesti e saí do apartamento. Eu precisava pensar, mas quanto mais eu pensava, mais eu me desesperava.Peguei um taxi e fui parar na praia. Porto Paraíso era uma cidade litorânea, mas eu quase não ia à praia. Então eu me sentei num banco ali diante do mar e eu nem tenho idéia de
“Lisandra”Uma coisa que eu aprendi a fazer na vida foi me ocupar para não pensar em coisas desagradáveis. Sempre que algo ruim ou desagradável estava em minha mente eu me ocupava com qualquer outra coisa para não pensar. E hoje eu precisava me ocupar, precisava me ocupar muito para não ficar pensando que o Patrício iria me deixar.Ele sumiu como fumaça no ar e eu estava certa de que ele iria terminar comigo, mas ele teria que aparecer para fazer isso, nem que fosse através de uma carta, mais cedo ou mais tarde ele daria notícias. E é como dizem, quem morre de véspera é peru. Então ao invés de sofrer antes da hora eu me ocupei com o trabalho e o dia foi passando, mas não passou tão rápido quanto eu gostaria.- Lisa? – Já era meio da tarde quando o Rick colocou a cabeça para dentro da minha sala. – Porque você não foi almoçar, gata?- Almoçar? – Parei de digitar no computador e o encarei. – Eu estou sem fome.- Não deve pular as refeições, dona Lisandra. Olha, te trouxe um suco e um sa
“Patrício”Eu continuava sentado naquele restaurante, olhando o mar, sentindo a brisa bater em meu rosto, vendo a tarde azul e tranquila passar, quando ela finalmente chegou. Não que ela tenha demorado, mas eu estava ansioso.- Ah, finalmente! – Me levantei para abraçá-la.- Finalmente digo eu, né, seu palerma! – Melissa colocou a bolsa na cadeira ao lado, se sentou e chamou o garçom. E quando ele se aproximou ela fez um pedido. – Vocês têm aqui aqueles pasteizinhos fritos com a massinha crocante?- Sim, senhorita. – O Garçom sorriu pra ela e mostrou o que ela queria no cardápio.- Ai, que delícia! Traz uma porção de recheios variados pra gente, por favor e um refrigerante de guaraná, com rodelas de laranja e gelo, por favor.- Sim, senhorita. E para o senhor? – O garçom mal tirou os olhos da Melissa, que ainda sorria pra ele com aquela aparência meiga e cativante.- O mesmo que eu já estava bebendo. Obrigado! – O garçom se afastou. – pasteizinhos fritos, Mel?- Ih, cada um com o seu
“Lisandra”O dia no escritório se arrastou e eu não tive nenhuma notícia do Patrício. Eu sentia falta dele, queria saber se ele estava bem e queria acabar logo com essa angústia que eu estava sentindo, ainda que fosse para ele terminar comigo, eu preferia que fosse logo, pois ficar assim sem notícia nenhuma era pior.- Lisa! – Manu entrou em minha sala, ela parecia ansiosa.- Oi, cunhadinha. – Respondi enquanto enviava mais um e-mail.- Será que você pode me dar uma carona? O Flávio vai se atrasar na delegacia. – Manu pediu e eu a encarei.- Claro, eu te levo! Bom que a gente conversa um pouco. – Analisei o seu rosto e ela realmente parecia ansiosa. – Está tudo bem, Manu?- Está, claro que está! Por que?- Sei lá, você parece ansiosa.- Ah, devem ser esses hormônios que eu estou tomando para tentar engravidar, me deixam louca. – Manu estava fazendo um tratamento para engravidar, mas só a Melissa e eu sabíamos. Ela queria surpreender meu irmão e eu achava isso muito lindo.- É, deve se
“Patrício”Depois que a Lisandra chegou, foi como se as coisas se acomodassem. Eu percebi que ela estava entrando numa espiral de ansiedade e eu precisava acalmá-la e foi o que fiz. Fui até ela e a deixei saber que estava tudo bem. Ela não fez nenhuma reclamação, nenhuma exigência, não pediu nenhuma explicação para o meu comportamento deplorável dessa manhã. Apenas me fez uma única pergunta e foi como se ela soubesse de tudo, de todos os meus medos, todos os meus anseios. Deus, não era possível uma mulher ser mais perfeita!Sim, o que eu procurava estava bem na minha frente. Foi por ela que eu procurei a vida inteira, era ela o que eu queria da vida, era ela a mulher com quem eu queria dividir a vida.Eu a mantive dentro do meu abraço e senti que aos poucos ela foi relaxando. Todos nos observavam, embora as conversas continuassem na sala, enquanto estávamos ali de pé apenas nos reconectando. E eu fiquei abraçado a ela e ela a mim até que o Romano avisou que o jantar estava servido.O
“Lisandra”Eu achei tão estranho a tia Lucinda sair da mesa assim que o Patrício se levantou que só podia estar acontecendo alguma coisa e eu fiquei inquieta, mas o jeito que a Melissa observou a situação, era como se ela tivesse percebido algo que eu não vi. Então eu ouvi a voz do Patrício, alta, irada, e uma frase que gelou os meus ossos. “Não me chama de bombom”, foi o que ele disse. Eu me lembrei do dia em sua sala que ele me disse que não gostava de bombons. Isso significava alguma coisa e alguma coisa que eu não queria descobrir, mas precisava.Eu saí da mesa num impulso, nem me preocupei em pedir licença e tampouco dei atenção à minha mãe que ficou me chamando como se me repreendesse. Cheguei à sala e vi aquelas duas mulheres ali, eu não as conhecia, mas as ruiva, ah, essa eu tinha uma boa idéia de quem era. E eu ainda a ouvi dizer que ele a amava e que eles poderiam continuar de onde pararam.Eu senti uma dor lancinante, como se uma navalha cortasse a minha carne, e quando eu
“Patrício”Eu não ia deixar a Lisandra ir embora, ela não! Eu faria exatamente o que ela disse, afinal eu realmente não queria a Virgínia, nem na minha casa e nem na minha vida.- Virgínia, sai da minha casa. Eu não te amo, Virgínia, o que tinha entre nós acabou! Agora sai daqui, você e a sua amiga. – Ergui os meus olhos para ela, sem soltar a Lisandra, eu não arriscaria soltá-la, ela poderia sair dali.- Patrício, nós precisamos conversar. Você me deve pelo menos isso! – A Virgínia estava de brincadeira? Era muita falta de noção!- Eu não te devo nada! Agora sai daqui! – Falei com ainda mais segurança.- O que é isso, Patrício? Você não tem nenhuma consideração? Me escuta, pelo que vivemos juntos. – A Virgínia havia perdido completamente a razão, não é possível que ela pensasse que eu voltaria para ela.- Mel, por favor, não deixa a Lisandra ir embora. – Olhei para a Melissa e ela concordou.- Vai lá e faz o que precisa fazer, palerma! – Melissa concordou e eu soltei a Lisandra.- Ri
“Lisandra”Enquanto o Patrício levava aquela ruiva para fora, o nervosismo tomou conta de mim. Ele poderia mudar de idéia e perceber que não a queria fora da vida dele. Eu comecei a tremer e a Melissa percebeu. Ela me abraçou e me levou para o sofá, no caminho pediu ao Romano que me trouxesse um copo de água com açúcar. Ela me fez sentar e se sentou ao meu lado e depois me entregou o copo que o Romano trouxe.- Bebe, Lisa, vai ajudar você a se acalmar. – Ela falava com calma. Eu não entendi como água com açúcar me acalmaria, mas eu bebi mesmo assim. – Lisa, me escuta, ele é seu! Para de sofrer!Eu a olhei grata por suas palavras e rezando para que ele realmente fosse meu. Meus lábios tremiam e ela insistia para que eu bebesse a água. Mas o Patrício se aproximou e se ajoelhou ali em minha frente e ele me garantiu que não queria a ex namorada. Então, foram todos embora.Estávamos apenas o Patrício e eu na casa dele e ele me disse que tinha uma surpresa pra mim. Eu estava querendo abraça