“Patrício”Eu estava há muitos dias já sem notícias da Lisandra, eu precisava saber onde ela estava. Não sei como, mas o Rick e a Mel sabiam, no entanto, eles não me contaram, apenas me disseram que ela estava bem. Eu pensei muito, pensei demais, não tinha idéia de onde ela tinha se metido.Minha cabeça estava uma confusão, eu sentia falta dela, do cheiro dela. Eu já não tinha idéia do que fazer. Eu queria vê-la, me desculpar, queria ouvir dos lábios dela que eu era o cara por quem ela era apaixonada, eu queria ter certeza. Mas no meu coração eu ainda tinha medo. E se eu não fosse esse cara? E se essa paixão dela fosse só uma ilusão? Ilusões acabam muito depressa.Nos dias em que eu estive com ela eu me sentia tão bem, tão feliz. Eu estava tão encantado por ela que nem sei o que eu senti quando vi aquele tal de Thales perto dela, só sei que foi algo ruim, muito ruim, como se ele pudesse roubar o que era meu. Agora, desde que ela sumiu eu estou a beira do desespero, eu não penso em out
“Patrício”Depois que a Lisandra entrou naquele taxi no aeroporto eu fiquei parado lá, de pé, olhando na direção do taxi que já havia sumido no trânsito. Quando saí daquele torpor, meu primeiro instinto foi de ir atrás dela e arrombar a porta daquele apartamento se fosse necessário. Era o que eu faria se o meu celular não tivesse tocado antes que eu ligasse o carro.- Mãe! O que foi? – Atendi ao telefone apressado e minha mãe apareceu na tela em uma chamada de vídeo.- Patrício Guzman, eu quero saber agora, direitinho, o que está acontecendo entre você e a Lisandra. – Minha mãe era uma mulher determinada e quando queria alguma coisa, ela conseguia, mas eu não tinha tempo para falar com ela agora.- Mãe, agora não dá!- Que não dá? Claro que dá, garoto! Pode começar a falar.- Mãe, é complicado, eu vim para o aeroporto esperá-la, ela chegou e não quis falar comigo, entrou em um taxi e eu estou indo atrás dela. Eu te ligo amanhã e converso com você com calma.- Patrício, para! – Minha m
“Lisandra”Ao ver o Patrício ali no aeroporto, a minha vontade era de pular no pescoço dele e fazer de conta que nada tinha acontecido. Eu o queria mais do que tudo na vida, mas eu estava muito magoada e também não conseguia deixar de pensar que se ele saiu mesmo daquela boate com outra mulher, me deixando pra trás, ele poderia fazer isso de novo e eu não suportaria uma segunda vez.Então, eu não fiz o que eu queria, eu fiz o que devia, afinal, era preciso ter o mínimo de amor próprio. Entrei no primeiro taxi que pude e me afastei dele. No dia seguinte eu resolveria a minha situação na empresa, não conseguiria trabalhar com ele depois de tudo, porque se eu ficasse perto eu cederia todas as vezes que ele se aproximasse de mim.Fui para o meu apartamento e me tranquei lá, deixei tudo para o dia seguinte, inclusive falar com a Mel e o Rick. Assim como fiz quando cheguei na casa dos meus pais, eu simplesmente me joguei na cama e eu dormi. Mas foi um sono conturbado, meus pesadelos voltara
“Patrício”Não foi assim que eu imaginei começar o dia com ela hoje. Eu queria ter sido mais suave, mais tranquilo, mas ao ouvir que ela deixaria a empresa eu fiquei louco, isso não aconteceria mesmo! E sem pensar eu a carreguei para a minha sala e nos tranquei ali. Nós ficaríamos trancados juntos nessa sala até que ela me ouvisse e tirasse da cabeça essa idéia de ir embora.Mas ela começou a chorar e isso me pegou completamente desprevenido. As lágrimas dela eram de dor, as lágrimas de um coração partido e vê-la assim fazia com que eu sentisse tudo dentro de mim doer, era uma dor emocional que eu sentia fisicamente. Eu odiava vê-la chorando, sempre odiei, e nas muitas vezes que eu a fiz chorar eu sempre senti essa dor física além da emocional, sempre doeu em mim como se fosse me matar, uma dor lancinante e que não passava.Era essa dor que eu sentia enquanto ela chorava ali no meu peito. E quando eu me dei conta, eu também estava chorando, chorando com ela, chorando por ela. Eu odiav
“Patrício”Eu me perdi no olhar dela por um momento, aqueles olhos lindos e meigos. Mas eu precisava falar, falar do que aconteceu e do que eu senti, do que eu estava sentindo agora e o que eu queria.- Eu fui um estúpido com você aquele dia na boate, fui um idiota, mas não foi a primeira vez que eu me portei mal com você, e eu não me orgulho disso. Eu não deveria ter ido embora da boate daquele jeito.- Patrício, você não me deve explicações, nós éramos amigos, nada mais. Tudo bem você ter ido embora, só poderia ter avisado que estava indo, assim não ficaríamos preocupados com você. Está tudo bem, você encontrou uma mulher interessante e saiu de lá com ela... – Eu comecei a rir, ela estava com ciúme também, eu senti na sua voz. – Do que você está rindo?- Estou rindo porque você está com ciúmes de alguém que nem existe. – Ela me encarou séria. – Meu doce, eu saí da boate sozinho! Não tem outra mulher, não precisa ficar com ciúme. Eu fui embora porque eu vi o seu amigo te abraçar, com
“Lisandra”Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Ele estava ali, finalmente querendo ficar comigo, ser meu namorado. Não era uma declaração de amor, mas eu senti, pela primeira vez que eu tinha a chance de conquistá-lo e como eu queria conquistá-lo! Alguma coisa ele já sentia por mim ou não estaria tão preocupado que eu me afastasse ou que me interessasse por outro.- Namorada? – Experimentei a palavra e me parecia cair tão bem. Mas eu sabia que antes de tudo, era necessário que esclarecêssemos totalmente o que aconteceu na boate.- Não me castiga assim, meu doce! Seja minha, por favor? – Ele pedia em um tom de súplica. Será que ele ainda não tinha entendido que eu sempre fui dele? Mesmo quando ele não me queria eu era dele.- Patrício, você tem certeza do que está dizendo?- Uma enorme certeza. Você não imagina como eu fiquei desesperado esses dias sem saber de você. Você não imagina como eu sinto sua falta, a saudade que eu estou sentindo de você, dos seus beijos, dos seus c
“Lisandra”Ele estava me olhando como se estivesse processando aquelas duas palavras, como se levasse um tempo para compreender que eu tinha pesadelos recorrentes.- Espera, no dia em que a minha mãe esteve aqui ela te perguntou por pesadelos, eu estou neles com frequência? – Eu esperava que ele não me perguntasse isso, mas eu não mentiria.- Desde que você gritou comigo pela primeira vez eu tenho pesadelos. Em geral são versões de você gritando comigo e dizendo que me detesta e que eu sou uma menininha mimada e insuportável. Antes de você voltar de viagem eram formas diferentes e cruéis de você me demitir. – Eu abaixei os meus olhos. – E nos últimos dias era você dizendo que amava a Sabrina e que ela era uma mulher e eu apenas uma menininha mimada.- Nos dias em que dormimos juntos você não teve nenhum pesadelo. – Ele me observava como se quisesse capturar cada mínima reação que eu tivesse.- Nos dias em que dormimos juntos eu estava relaxada e feliz, por isso não tive pesadelos. Pod
“Patrício”Lisandra me olhava sem entender, mas foi realmente engraçado. Ela se assustou tanto que me derrubou. Ela sempre foi um pouco desastrada e quando ficava nervosa era ainda pior.- Meu doce, você é linda demais, mas é meio desastrada! – Eu falei vendo a incompreensão dela e depois elevei a voz para responder ao meu amigo. – Alê, está tudo bem, me dá só um minuto.- Ô, rapaz, não me diga que eu interrompi de novo? – Alessandro gritou da porta e eu voltei a rir. Me lembrei das muitas vezes que ele e a Catarina estavam em situação bem semelhante a minha agora e eu os interrompi.- Quem é o empata foda agora? – O respondi me levantando e pegando a minha camisa do chão. Eu ainda ouvi a gargalhada do Alessandro.- Só pra você saber, a Melissa está a caminho! – Alessandro avisou, me fazendo rir mais enquanto eu ajeitava a saia da Lisandra no lugar e a ajudava a se sentar. Ela me observava como se a minha conversa com o Alessandro fosse um grande absurdo. E seria, se ele não fosse o m