CARMINE
Estou saindo de casa para ir à escola quando me deparo com a cena mais clichê dos filmes românticos, Raoul escorado no carro de óculos escuros, jeans e camisa branca. Faltou uma jaqueta de couro preta, mas eu perdoo. Não é sempre que conseguimos usar essas coisas no Rio.
Ele abre um sorriso ao me ver, e sorrir de volta é automático.
Ele abaixa os óculos.
— É impressão minha ou você ficou mais bonita agora que é minha namorada?
— É impressão. — Me aproximo e paro na sua frente.
Eu quero beijá-lo, mas ainda é tudo tão novo.
Foda-se. Já tive medo demais de uma coisa tão natural. Fico nas pontas dos pés e envolvo seu pescoço.
— Isso me deixa irado. — Raoul diz quando estou perto de beijá-lo.
— O que? — interrompo o que faria e o encaro.
— Isso, só saber agora que eu sou apaixonado por você, que você é apaixonada por mim. Olha o tempo que perdemos.
— E estamos perdendo mais ainda conversando quando poderíamos estar nos beijando. — Puxo seu rosto em direção ao meu e tomo o que tanto