Olívia estava sentada em um canto da recepção do hospital, os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos cobrindo o rosto. As lágrimas escorriam por entre seus dedos, quentes e abundantes. Vovó Claire, estava lá em cima, encolhida e frágil na cama, a vida se esvaindo a cada respiração, essa era uma imagem difícil de esquecer.
Seu peito apertava com uma mistura de amor e uma raiva profunda e crua. A impotência a corroía. Não havia nada que ela pudesse fazer. O destino já estava traçado. O luto já era inevitável. E então, veio a raiva. Uma onda escaldante que subiu por sua espinha, alimentada pela última conversa que vovó Claire teve com sua mãe, Rita.
A raiva se acendeu. Uma discussão. Rita provavelmente disse coisas horríveis. A culpa era dela. A culpa era de Rita. Como ela podia ter uma mãe assim?
Um vulto se moveu em sua visão periférica, mas ela não se mexeu. O som de passos leves parou ao seu lado. Uma voz doce e fina, como mel diluído, perfurou o silêncio. Era uma voz que pa