Peter,
Fico olhando para ela pelo canto dos olhos, que come bem devagar como sempre. Sei que deve estar me xingando mentalmente, mas não posso deixá-la ficar sem comer aqui em casa. Peguei a receita com a mãe dela e assim vou levando até comer tudo.
Mas, claro que ela não come. Comeu a metade e já resmunga que está cheia, e afasta a cadeira para se levantar.
— Trinta minutos sentada na cadeira.
— Minha mãe te contou, não foi?
— Foi. Agora senta aí até acabar os minutos. — Ela não senta e vira as costas para mim. Me levanto e vou atrás dela, e quando percebe que estou a seguindo, ela se senta no sofá e pega o controle da televisão. — Já que acabou a lua de fel, vamos voltar amanhã para a empresa, está bem?
— Está, mas antes tenho que passar em um lugar, então você vai e eu vou depois.
— Onde tem que ir? — Ela olha para mim erguendo uma sobrancelha. — Nem vem, como minha esposa, você precisa me falar onde você vai. Tem a obrigação de me manter atualizado de suas saídas.
Ela cruza as per