O sino sobre a porta do pequeno café tilinta quando entro, chamando a atenção das poucas pessoas ali presentes, e o mais importante, a atenção dela.
Parada no meio do salão, Bella me encara como se eu fosse uma assombração. O homem baixinho atrás do balcão solta um pigarro e ela abaixa a cabeça e segue seu curso até depositar uma xícara de café em uma das mesas ocupadas.
Ignoro os olhares curiosos e me sento na ponta do balcão, longe do senhor que deduzo ser o chefe. Não acredito que ela poderá se sentar em uma mesa comigo, pelo menos aqui ela pode fingir que trabalha enquanto conversamos.
Assumindo que ela vai conversar comigo ao invés de me deixar falando sozinho.
Eu tinha um objetivo, tracei um plano, alinhei argumentos, ensaiei um discurso na frente do espelho a semana inteira. Eu iria pressioná-la sem parecer desesperado, sem a ferir.
Vim preparado para a recusa, para ter que contornar seu orgulho. Vim sabendo que não seria fácil.
Mas quando ela se aproxima com um bloco de papel n