O som das malas sendo arrastadas pelo piso de mármore ecoava pelo saguão do aeroporto particular. Isabela ajeitou os óculos escuros no rosto, tentando — em vão — parecer indiferente ao frio na barriga que sentia. Tudo naquela situação era surreal.
Ela, em um jato particular, a caminho de uma viagem “romântica” com o próprio marido de contrato. Só que, ultimamente, aquele contrato parecia cada vez mais abstrato… quase inexistente.
Leonardo caminhava ao lado dela, impecável como sempre. Jeans escuro, camisa branca dobrada até os antebraços, óculos escuros e aquele andar seguro, dono de si, de quem sabia exatamente o efeito que causava — especialmente nela.
— Está nervosa? — perguntou, com aquele tom de voz baixo, rouco, que parecia deslizar diretamente pela pele dela.
— Nervosa? — Ela forçou um riso sarcástico, segurando firme a alça da bolsa. — Por favor… Nem um pouco.
Ele arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo.
— Claro... A tensão no seu maxilar diz o contrário.
Ela bufou,