A voz de Cecília ressoava alta, e, do jardim dos fundos, Paola captava fragmentos de sua fala enquanto aguardava a sua saída.
Então, Cecília saiu, parecendo medir cada segundo.
Henrique lançou um olhar discreto em sua direção:
- Luís, traga o operário até aqui.
Paola, confusa, indagou:
- Que operário?
- Parece que alguém jogou intencionalmente o balde de ferro.
Carolina fixou Paola com um olhar penetrante.
Paola sentiu uma contração súbita em suas pupilas e seus pés pareceram se cravar no chão, com o corpo imóvel.
Mas foi um instante breve, logo ela recuperou a serenidade.
Independente de Zeca ter agido sozinho ou ter enviado alguém, ela estava ausente em toda a situação, e ninguém, além de Zeca, poderia afirmar o contrário.
Ela era meramente uma espectadora, uma vítima!
Ainda que trouxessem o operário, nada poderiam fazer contra ela.
Paola retomou a cor natural, falando com doçura:
- Já que se trata de um operário, não devemos fazer com que ele pague pelo que fez. Sou bondosa e não