- Se você quiser pensar assim, tudo bem.
Carolina sentiu-se reconfortada em seu coração e murmurou baixinho:
- Não esperava que você, que é tão carrancudo, fosse tão prestativo...
- O que você disse?
- Não é nada!
Henrique olhou para ela com suspeita.
- Os dois que estavam te perseguindo eram seus pais?
- Não exatamente.
Henrique apertou o volante com a mão e parou por um momento. Ele tinha lido informações pessoais sobre Carolina e sabia que a mãe dela havia falecido, então aqueles dois deveriam ser seu pai e madrasta.
Parecia que ela não tinha tido uma boa vida em casa nos últimos anos, mas era difícil julgar o certo e o errado em assuntos familiares.
O carro ficou em silêncio. Carolina baixou os olhos e ficou quieta, como um animal abandonado que estava sendo injustiçado, mas não fazia nenhum som.
Henrique franzia a testa, sentindo-se um pouco triste por ela, e mudou de assunto:
- Por que você não foi trabalhar?
- Aconteceu um imprevisto. - Ela suspirou. - O emprego que consegui