CAPÍTULO 00108
Quando o carro de Luísa parou diante da boate, meu coração quase saltou pela boca. O neon azul que piscava sobre a entrada refletia no vidro da janela, iluminando meu rosto o qual eu podia sentir que se encontrava pálido. Por dentro, eu sentia como se tivesse levado uma surra. O silêncio entre nós três era pesado, mesmo que Cassie batesse os dedos freneticamente no celular, provavelmente respondendo mensagens e tentando quebrar aquele clima tenso que pairava sobre mim , embora Luísa continuasse cantarolando uma música que tocava em som ambiente.
— Chegamos — anunciou Luísa, desligando o motor com um suspiro animado demais para ser real. Ela me olhou de lado, como se estivesse esperando que eu começasse a tremer ou inventasse uma desculpa para dar meia-volta.
E, por um instante, eu quis. Quis pedir para ela ligar o carro de novo, me levar direto para a casa dos meus pais e me deixar lá, na minha cama , enterrada nos lençóis até o mundo esquecer da minha existência. Mas,