CAPÍTULO 0095
Quando me olhei no espelho antes de sair, ajeitando o vestido de verão esvoaçante que abraçava minha cintura e caía com leveza até os joelhos, com os saltos altos dando-me uma postura elegante, pensei que estaria indo apenas a uma inauguração de ateliê. Mais uma dessas ocasiões sociais em que você sorri, cumprimenta e vai embora com um copo de champanhe pela metade.
Ledo engano.
Assim que pisei no espaço montado em Copacabana, senti os olhares se voltarem em minha direção. Por um instante, o ar pareceu pesar. Pessoas que eu nunca havia visto começaram a sorrir, a se aproximar, e cumprimentar como se eu fosse uma celebridade em ascensão. Apertei mãos, recebi beijos no rosto, respondi a elogios que não faziam sentido. Tudo muito exagerado para alguém que só havia entrado para uma família de nível superior e altamente famosa em tão pouco tempo.
Eu sorria, e acenava, mas por dentro me sentia perturbada. Por que estão me tratando como se eu fosse famosa? Era como se houve