Os corpos ainda estavam colados, como se a própria pele se recusasse a aceitar a distância, quando o quarto mergulhou em um silêncio profundo. Era um silêncio carregado, cheio do peso daquilo que haviam vivido segundos antes, como a calmaria que se instala depois de uma tormenta, quando as ondas cessam e o mar, exausto, encontra repouso.
Cada respiração parecia ganhar corpo, ecoando na penumbra, preenchendo o espaço como se fosse o único som que existia no mundo. O bater compassado dos corações misturados completava a melodia íntima, e por instantes parecia que ambos pulsavam em uníssono, regidos pela mesma batida invisível.
Lila se moveu devagar, ainda trêmula pelo furor que os consumiu, até encontrar o ponto perfeito de aconchego. A cabeça repousada sobre o peito largo de Taylor. O calor dele continuava intenso, irradiando contra a pele úmida dela, como brasas que insistiam em permanecer vivas mesmo depois do incêndio. Gotículas de suor deslizavam preguiçosas pelo corpo, formando p