18

Sila

Um piquenique, que extraordinário, Senhor Arslan! Resmungo mentalmente, olhando-me no espelho de corpo inteiro e apreciando o short curto, e folgado de um tecido confortável, além de uma blusa de botões que fiz questão de dar um nó na altura dos meus seios e uma rasteirinha, óculos escuros e um chapéu com abas largas. Minutos depois, alcanço o topo da escadaria e o encontro em pé no meio da sala, segurando uma cesta de vime em uma mão e passando algumas instruções para uma empregada. Entretanto, assim que ele percebe a minha presença, Murat se aproxima, tirando os óculos de sol e o seu olhar me fita de baixo para cima, entrando o meu olhar no processo.

— Você vai assim? — O tom de repreensão na sua voz é palpável, porém, faço um gesto de desdém para ele.

— Sim, a final é um piquenique, certo? — retruco, passando por ele.

— Sila, essa roupa está muita curta! — Ele ralha baixo demais, segurando no meu braço, fazendo-me fitá-lo.

— E?

— Os empregados da casa vão olhar para você!

— E?
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