Irina
Silêncio tomou conta do cômodo depois do que eu havia dito, mas, honestamente? Isso não me abalou, muito menos… me fez conseguir ter pena de Pietro naquele momento.
— Bom, se você não tem mais nada a dizer, Pietro, então pare de bancar o marido ofendido. — Cruzei os braços, o encarando de cima a baixo com desdém. Ele estava ali, no meio da sala, com aquela revista na mão e a raiva estampada no rosto, mas a verdade? Ele não tinha moral nenhuma pra me acusar de nada.
— Isso é sério? — Ele deu um passo à frente, jogando a revista sobre a mesa com tanta força que o som ecoou pela sala. — Você faz todo esse joguinho, pra no fim, fingir que isso não é nada demais? Está fazendo isso tudo só pra me provocar, por acaso?
— Provocar você? — Eu ri, mas o som saiu frio, quase cruel. — Não me dê tanto crédito. Pietro, se eu quisesse te provocar, você saberia.
Ele apertou a mandíbula, o músculo tenso saltando sob a pele. Estava furioso, mas havia algo mais ali, algo que ele tentava disfarçar.