Acreditando ter se encontrado com um dos executivos da agência publicitária na qual trabalha, Catherine Ashton rapidamente se dá conta de que o homem a pode dedurar ao RH por ela estar no terraço do edifício, quando não deveria nem mesmo ter passado pelas escadarias. Por isso quando este a manda voltar para o seu andar sem repreendas, Cat se sente aliviada e não cree que possa topar com o mesmo outra vez. Com a vida provando o contrário, o encontro volta a acontecer inadvertidamente por obra do destino e seu dom para arranjar problemas passa a ser o principal responsável por várias situações, as quais enfrentam juntos. Sem poder evitar estar metido em todas as ocorrências em que a produtora o inclui, Jonathan Cohen aceita que a personalidade peculiar da garota o balança e aproveita para fazer bom uso disto, assim escapando de um casamento arranjado por seu pai. Loucas confusões os unem e podem aumentar seus ritmos cardíacos. Que tal saber mais sobre este casal? Leia agora mesmo, CASADA COM MEU CHEFE.
Leer másSe meter em problemas nunca exigiu muito esforço por parte de Catherine Ashton, coisa que aos três anos todos achavam engraçado, e o "porém" veio apenas aos vinte e três.
Duas décadas depois, a quantidade e a intensidade com que os problemas chegavam até ela era de deixar até mesmo um cara calvo de cabelo em pé.
Mas nada se compara ao que estão por ler agora, e aqui começa o "era um vez" desta incrível jovem mulher.
[ Sexta-feira, treze de maio ]
Praticamente duas horas adiantada, Catherine – ou Cat, como frequentemente era chamada pelos mais próximos – subia as escadarias rumo ao terraço.
Na porta de saída, se via claramente uma placa proibindo a ida de qualquer funcionário não autorizado e como a ótima insolente que era, sorriu ao cruzar para o lado de fora, como se quebrar as regras lhe desse mais energia do que seu café da manhã.
— Bom dia pra mim! — Gritou rodopiando no terraço.
Correndo direto ao parapeito, ela olhou a cidade que agora se parecia a casas de bonecas e se imaginou no topo do mundo. Era alguém terrivelmente criativa e não por menos escolheu cinema e se tornou a mais jovem produtora da agência de anúncios 2A's.
Naquela manhã em especial, ela tratava de sugar a maior inspiração possível, seu primeiro grande projeto estaria em fase de execução, e improvisações eram sempre bem vindas desde que muito bem inspiradas.
Não gostava de arrependimentos e por isso sempre dava o melhor de si. Uma ótima funcionária recém graduada, mas que nunca ousou sonhar em pular de estagiária a produtora em tão pouco tempo e que de repente havia ganho a vaga dos sonhos.
Ela estava feliz e talvez feliz nem mesmo fosse o suficiente para descrever o que sentia, no entanto nem se importava com tal de poder passar quanto tempo quisesse no terraço.
— Sabe de uma coisa Cat? — Perguntou-se a si mesma em voz alta. — Você é incrível, criativa e …
— Desobediente. — Adicionou uma voz masculina que a fez engasgar com o ar, atrás de Catherine.
Se virando, deu de cara com um homem de uns incríveis par de olhos azuis, um cabelo negro escorrido como as penas de um corvo e de notáveis mais de dois metros de altura. Usava um traje de negócios azul marinho e um par de sapatos de couro que ela podia notar pela qualidade, serem italianos. Seu rosto iluminado pela fraca luz do sol recém nascido, o deixava com um ar vampiresco pela pele semelhante à porcelanato em contraste com aquele par de olhos profundos. Tudo nele parecendo irreal diante dela, quem mal conseguia ultrapassar um metro e meio, e seu rosto infantil não ajudava na credibilidade das suas palavras quando revelava ter vinte e três anos. Era difícil que acreditassem sem ver seu RG.
— Pretende passar quanto tempo mais me encarando, senhorita… — Ele fez uma pausa, esticando a mão na direção de Cat para pegar seu crachá. — Srta. Ashton?
— E-e-eu vou… vou…
— Vai sair do terraço e começar a respeitar as placas, certo?
— Certo. — Catherine confirmou engolindo em seco.
Tão logo ele soltou o crachá da jovem produtora, Catherine escapou descendo as escadarias como se não houvesse o amanhã.
Chegando ao seu andar, adentrou sua oficina com a mão no peito e agradeceu que teve a sorte de ter encontrado um dos sócios mais "amigáveis", pois sabia que se fosse outro poderia ter feito da subida ao terraço uma grande coisa. Em resumo, um comentário aos donos e ela não seria mais a produtora mais jovem da agência.
Tentando não se atormentar, Catherine passou o dia totalmente focada no conceito do novo comercial do dia das mães para um shopping popular no centro da capital. O tempo passou voando na sala de reuniões enquanto todos lançavam ideias e tentavam reunir um bom material para um comercial de ensaio, mas minuto a outro ela pensava na possibilidade de estar encrencada por infringir uma ordem estampada em uma porta.
— Por que sempre causo problemas a mim mesma? — Se perguntou mordendo a ponta de um pobre lápis inocente.
Parou quando percebeu o que fazia e agora com seus olhos desfocados do trabalho pela primeira vez em horas, ela finalmente verificou seu relógio de pulso.
— Droga, já são nove da noite?
Apanhando a bolsa da mesa, Cat verificava mais uma vez os avanços daquele dia e sentiu-se bem porque o dia passou rápido. As ideias discutidas eram boas e no dia seguinte já começariam com a produção do comercial.
Trancando a porta de seu escritório por segurança, Catherine colocou a chave dentro de sua bolsa de colo e caminhou em direção aos elevadores.
Não demorou muito para que a caixa metálica se abrisse no andar, e quando o fez, Cat deu de cara com Vanessa, uma das três secretárias presidenciais.
Estava estampado na face de Vanessa o quanto a mulher não se encontrava bem, parecia queimar de febre pelo rubor nas bochechas e a palidez no restante do rosto.
Intrometendo-se como de costume, Catherine se ofereceu para carregar algumas pastas que estavam nos braços da secretária e ato seguido, mencionou o que Vanessa praticamente já sabia.
— Parece com febre e meio pálida.
— Estou acabada, não é? — Perguntou a secretária com uma voz rouca.
— Eu não diria acabada… — Cat pensou, mas pensando por uma segunda vez. — Quer saber, parece sim.
— Eu imaginava.
— Quer uma ajuda com tudo isto aí?
— Vou aceitar. — Vanessa concordou, estendendo as pastas para as mãos de Catherine. — Obrigada Cat.
— Por nada. — Respondeu, permanecendo os últimos andares do elevador em silêncio.
A chegada no térreo obrigou ambas a se moverem para saírem do elevador.
— Esta pasta aqui está com um post-its dizendo "entrega ao CEO até o fim da noite". — Catherine comentou ao ver a nota sobre a pasta. — Você vai mesmo até a mansão dos Cohen neste estado?
— E que outra opção eu tenho? O chefe precisa mesmo assinar estes documentos e escaneá-los até a meia-noite de hoje.
— Mas Van, olha o seu estado…
— O meu estado não vai ser tão importante se eu for demitida. — A secretária comentou rindo.
Ao seu ver, Vanessa precisava ir se consultar com um médico ao invés de gastar o restante da noite com mais trabalho. E então pela segunda vez naquele dia ela arranjava problemas pra si mesma.
— Te proponho que me deixe levar estes documentos ao CEO e você vá direto ao posto de saúde checar se é mesmo só uma gripe. — Catherine sugeriu.
— Esta falando sério? Pode fazer isso por mim?
— E eu ofereceria se não pudesse?
— Obrigada Cat. —Vanessa a abraçou com tudo, fazendo a pasta cair. — Oh, desculpa.
— Não tem problema. — Catherine abaixou recolhendo os papéis e os colocando de volta na pasta preta. Então olhou para a secretária e continuou. — O quê está fazendo aqui ainda? Anda, vai se cuidar mulher.
— Obrigada de novo Cat. — Agradeceu uma última vez, correndo para fora da empresa para pegar um táxi.
Sozinha, a produtora encarou a pasta por alguns segundos.
— Droga Cat, não sabe ficar na sua?
A chegada no hospital foi marcada por gritos. Eram duas da madrugada, o percusso em velocidade reduzida tinha se perdurado por mais de quarenta minutos e a feito se zangar ainda duas vezes mais, até mesmo sem motivos. A última pessoa que Catherine queria ver a sua frente era seu marido. — Você fez isso comigo! — Ela disse gritando de dor enquanto apertava sua mão durante uma das contrações.— Eu sei Cat, eu sei. Mas você da conta. — Ele responde a encorajando. — Eu acho que não do… De repente Catherine desata a chorar e nenhuma das enfermeiras, nem comentários do marido cessam as lágrimas. A médica obstetra conhecida cruza com eles no correr e por fim consegue ao menos tranquilizá-la sobre os procedimentos e como tudo ocorreria. Ouvi-la também deixava Jonathan mais calmo e de repente as brigas e a expulsão de mais cedo já não tinham espaço nos pensamentos de Catherine. Ela o abraçava fortemente depois de ter sido examinada, e um novo assunto entrava em pauta.— Você não va
— Primeiro de tudo, você não disse a elas um milhão de vezes, nos reclamos e explicamos a elas no máximo três vezes e desde então elas não têm espalhado mais nada pelos cantos desta casa Jonathan. — Catherine começou corrigindo o marido. — Em segundo, não devia descontar suas frustrações nas crianças. Esta com raiva? Bata na parede. — Terminou de me dar a lição Catherine?! — Não, não terminei Jonathan!— E o que mais tem pra me dizer? Por que ao contrário de todos nessa casa, eu não tenho muito mais do que seis horas para dormir, tomar banho, trocar de roupa e estar na empresa novamente daqui a pouco! — Jonathan desquitava em Catherine sem se importar que a esposa não tivesse nada a ver com seus problemas.— Sabe o quê, querido?! — O quê Catherine?! — Ele perguntou já de pé, contendo a raiva à medida que esfregava a cara de irritação pelo sono.— Vai ter menos tempo ainda pra dormir hoje. — Ela sorri irônica, e em seguida o expulsa por seu comportamento. — O macaco, foi Jorge quem
O tempo voa, e é ainda mais difícil vê-lo passar com calma quando se tem uma família grande para se cuidar. A ansiedade pela vinda da bebê estava presente não somente no casal como também nos amigos e familiares. Catherine cumpriria nove meses em breve e agora se encontrava com trinta e oito semanas. A brincadeira para decidir qual o nome da pequena que viria já estava em andamento. Jonathan havia tido a ideia de que cada membro da família, assim como as amigas do casal, escolhessem um nome e depois com os sete nomes mais votados eles passaram para a escolha de um dia da semana para cada nome. Se a bebê nascesse em uma segunda-feira, se chamaria Clara. Se fosse em uma terça-feira seria Esther. Em uma quarta-feira, Bianca. Na quinta Melinda. Caso nascesse na sexta-feira, Eduarda. Se a preguiçosa decidisse pelo sábado, chamaria-se Valentina ou para o caso de que caísse em um domingo, seu nome seria Maitê. — Não é justo, o nome que eu escolhi cai num domingo. Nunca conheci ningué
[ No mesmo dia, pela noite. ] — Tem certeza do que quer fazer? — Eu tenho. — Catherine respondeu a Jonathan. O marido então continuou cavando debaixo do salgueiro no jardim. Quando o buraco já estava a quase trinta centímetros de profundidade e não tendo o risco de ser levado para cima com a passagem da chuva, Catherine se aproximou jogando dentro do espaço, sua jóia mais apreciada. A esposa enterrava a correntinha de sua primeira filha, Christine. Com a ajuda de Jonathan, a mesma se ajoelhou na grama próxima do buraco e com as próprias mãos o tapou se despedindo. — Filha, é hora da mamãe enterrar a dor do passado, mas eu nunca vou te esquecer, vai estar sempre em minhas memórias mais bonitas de quando te carreguei dentro de mim. — Ela diz em despedida. Novamente com o apoio do marido, ela se levanta, com quatro meses de gravidez as coisas já não são tão fáceis de fazer sem perder o equilíbrio. As lágrimas antes de dor, agora escorrem de seus olhos como se lavassem-na por
Ainda sentado ao lado da colega de ensino médio, Jonathan a ouviu sem qualquer expressão evidente. Fitava também a esposa que o observava como quem não queria nada escorada no batente da porta da cozinha, a um pequeno corredor de distância da sala. No fundo sabia que não poderia brigar com ela. Catherine já tinha perdido tanto. Sua única família e força eram ele e as crianças, se eles se fossem antes dela, com toda a certeza esta estaria desolada. Então interrompendo a chance de Zoe tentar o convencer, ele se rende. — Tudo bem. — O quê? Não, espera. O quê está dizendo? — A doutora estava confusa. — Pode dizer a elas que vou fazer os exames em sua clínica e que farei o check-up semestral também. — Ele diz firmemente, parecendo decidido. — Por que tão de repente? — Zoe estava tentando entender, pois o Jonathan Cohen de quinze anos atrás jamais daria o braço a perder.— Eu ignorei a preocupação dela, achei que não tínhamos que nos preocupar no início, mas agora nossa relação é t
— Você é tão novo. Tem de tudo e pode ter mais ainda se quiser. Por que as drogas Gabriel?! — Já disse que não é o que você está pensando Cat. Pode me deixar falar?— Têm três minutos, e é melhor contar a verdade. — A cunhada não lhe deixa escolha. A verdade era tão inacreditável que ele mesmo se perguntava se poderia crer no que contaria ou se seria melhor mentir ou deixar que ela pensasse no que lhe desse na telha. — Cat, eu trabalho para o governo. — Revela e vê o rosto da cunhada criar rugas de dúvida. — Não estou mentindo!— Sei que não está. — Ela o responde incrédula. Tinha uma espécie de sexto sentido, normalmente podia predizer se as pessoas estavam mentindo realmente. Não o usava com desconhecidos, mas para os familiares era fácil descobrir por seus comportamentos.— Eu fui contatado a um ano e meio atrás, passei por um treinamento básico e meu trabalho é me infiltrar nas gangues de rua. Passo locais, nomes e tudo que puder para ajudar a polícia a retirar o mal das rua
Último capítulo