Stefanos
A luz dourada do Laço da Deusa ainda pairava no ar quando segurei a mão de Nuria, sentindo a pele quente e firme entre os meus dedos. Ela era minha. Oficialmente. Espiritualmente. Para sempre.
Mas mesmo com a energia da Deusa ainda nos envolvendo, eu sabia o que viria a seguir. Sabia que a resposta do Supremo não seria silenciosa. Nem branda. A marca no peito do conselheiro, ainda sangrando, era apenas o início.
Levei Nuria para fora da sala de rituais com a mão em sua cintura, e no caminho, sussurrei junto à sua orelha:
"Você está bem, Ruína?"
Ela assentiu, mas seu corpo estava tenso.
"Estou... mas temo que estamos pagando um preço muito alto."
Parei, a virando para mim e segurei seu rosto com ambas as mãos, os olhos fixos nos dela.
"Não pedimos por isso. Já entendi que o
StefanosA sala de estratégia ainda exalava tensão quando ergui a mão, encerrando oficialmente a reunião.Todos os presentes começaram a se dispersar, cada um com suas ordens claras: proteger, reforçar, recrutar, preparar. A guerra tinha sido declarada, mesmo sem um confronto direto, sabíamos que os primeiros movimentos já estavam sendo planejados por quem estava do outro lado."Rylan," chamei, antes que ele cruzasse a porta.Ele parou de imediato, olhos atentos, postura ereta como sempre. Meu braço direito não precisava de muitas palavras para entender quando a conversa precisava ser privada.
SolonA sala do Supremo era um santuário de silêncio. Luxuosa, fria e intimidante, como o próprio dono dela. As janelas iam do chão ao teto, emoldurando um céu nublado que parecia prever o que estava por vir.Ele estava de pé diante do vidro, as mãos cruzadas nas costas, observando o horizonte como se o mundo fosse seu jogo... e cada lobo, apenas uma peça a ser sacrificada quando necessário.E talvez fosse."Você me chamou, meu lorde?" perguntei, controlando o tom, buscando soar reverente mesmo com a fúria latente que borbulhava por baixo da pele.Ele não
NuriaA cozinha da mansão estava uma bagunça organizada, cheia de aromas, risadas abafadas e passos rápidos cruzando o piso polido. Panelas borbulhavam, assadeiras iam e vinham, e Teodora soltava ordens com a naturalidade de quem já fazia aquilo há séculos.No meio de tudo isso… Jenna.Sentada no canto da bancada com uma faca de legumes em uma mão e uma maçã na outra (que claramente era só desculpa pra ficar ali), ela falava mais do que cortava. Mas eu a conhecia o suficiente pra saber quando algo estava diferente.Tinha um brilho nos olhos dela. Um sorriso escondido nos cantos da boca.E o
StefanosO cheiro do almoço já dominava os corredores da mansão quando eu e Rylan cruzamos o saguão em silêncio. Havíamos acabado de sair da sala de estratégia, onde cada palavra dita ainda pulsava em nossos pensamentos como um tambor de guerra.A sala de jantar estava iluminada pela luz do sol da tarde, que atravessava as janelas e caía sobre o chão de mármore como um lembrete cruel de que, apesar do caos lá fora, ali dentro a rotina ainda tentava resistir.Por um instante, aquilo me pareceu paz.Mas meu lobo sabia: era apenas o olho do furacão.Rylan ca
StefanosA louça ainda estava sobre a mesa quando senti o primeiro arrepio.Nuria estava prestes a falar, os lábios entreabertos, os olhos fixos nos meus, pronta para questionar o que eu e Rylan havíamos sentido. Mas as palavras morreram na garganta dela no mesmo instante em que a sirene rompeu o silêncio da mansão.O som cortou o ar como uma lâmina.Longo. Estridente. Urgente.A mesa vibrou com o impacto do alerta.Levantei no mesmo segundo, a cadeira arrastando com violência contra o chão. Rylan já estava de pé,
StefanosO silêncio depois da batalha foi curto.O sangue ainda escorria pelas pedras do solo quando outro cheiro rasgou o ar.Mais lobos.Dessa vez… não errantes.Mas também não nossos.Rylan se ergueu ao meu lado, ainda em forma Lycan, os olhos fixos na linha da floresta, onde o vento já trazia a verdade."Cheiro conhecido..." ele rosnou. "Alcateia de Trevak."Cerrei os dentes.A Alcateia de Trevakestava em negociação com a Boreal
NuriaA porta se abriu com força.Eu me levantei num salto, o coração ainda acelerado pela ausência dele, mas a presença dele bastava para me fazer correr."Stefanos!"Atravessando o quarto num segundo, me joguei contra o peito largo e quente que eu tanto conhecia, sentindo o cheiro dele... suor, fumaça... e sangue."Você está ferido?" perguntei, ofegante, as mãos tentando abrir o tecido rasgado da camisa, os dedos tremendo de medo.Mas ele segurou minhas mãos com firmeza."N
StefanosFechei a porta do quarto atrás de nós, trancando o mundo lá fora. Ela ainda estava em meus braços, mas sua respiração não era leve como antes.Era contida.Tensa.Caminhei com ela até a beirada da cama e me sentei, acomodando Nuria no meu colo como se fosse feita de algo que eu não pudesse perder. O sangue seco ainda tingia sua mão, e foi ali que levei minha atenção primeiro.Segurei seus dedos delicadamente, observando o corte já quase fechado.<