228. Entre o ódio e a redenção
Johan
A cela estava escura. Fria. Silenciosa.
Mas não mais silenciosa do que eu.
Eu continuava no chão de pedra, imóvel, os olhos semicerrados, fingindo dormir — como fiz nos últimos dias. Desde que percebi que tudo aquilo era uma armadilha, que cada palavra de Diana era apenas uma peça num jogo doentio, eu parei de reagir. Esperei. Observei. Ouvia cada passo, cada cochicho.
Mas desta vez… foi diferente.
"A aberração está tão quieta... achei que fosse gritar mais. Tão decepcionante."
O som da voz de Diana atravessou o corredor como um soco.
Meu sangue gelou.
Aberração.
Ela falava da Nuria.
Meu corpo inteiro se retesou. Mas não me mexi. Continuei fingindo, até ouvir o arrastar lento dos pés dela em direção ao corredor onde eu estava.
O cheiro dela me invadiu antes mesmo da sua presença. Doce, nojento, podre de manipulação.
Ela parou bem na frente da minha cela. Eu sentia. Mesmo com os olhos fechados, eu sabia.
"Só mais alguns dias e terei limpado todos vocês da face da terra," ela murm