Rylan
Ela estava desfeita.
Deitada naquela cama, o corpo ainda trêmulo do prazer que arranquei com a boca, Jenna era uma visão que me partia ao meio. Uma maldição divina, uma bênção que eu não merecia.
Mas o problema não era ela. Era eu.
Eu estava destruído. Minha respiração saía pesada, o corpo pegando fogo, o jeans apertando de forma quase insuportável a ereção que pulsava por ela. Meu lobo rugia, faminto, exigindo que eu a tomasse ali, agora, que cravasse minhas presas em sua pele e a marcasse como minha para sempre.
Mas eu não podia. Não assim. Não enquanto a guerra rugia lá fora e minha alma ainda carregava o peso de escolhas erradas.
"Jenna..." Minha voz saiu rouca, um fio de
JennaEu estava vazia.Deitada na cama, meu corpo ainda formigava onde os lábios de Rylan estiveram. Um buraco no peito me engolia, como se algo essencial tivesse sumido.Ele me levou ao êxtase com aquela boca pecaminosa. Me fez desmoronar em prazer. E então, me abandonou.Saiu prometendo me marcar, mas só quandoelequisesse. Agora, eu queimava por ele... pelo seu toque, seu cheiro, sua voz rouca.A raiva crescia, tão forte quanto o desejo. Como ele ousava me deixar assim? Pulsando, precisando, incompleta?Eu o queria com uma ferocidade que não explicava. Minha loba uivava por ele, mesmo que em minha mente eu quisesse, fingir que estava tudo bem. Se ele não queria, ok!"Idiota," murmurei, com a voz embargad
RylanEla estava ali, na minha frente. Olhos faiscando entre desejo e raiva.“Então me diz por quê,” exigiu Jenna, firme. “Diz por que não me toma. Porque me faz esperar. E eu juro que paro de insistir.”Meu peito subiu, tenso. Olhei-a por um longo segundo. Meu lobo urrava, querendo derrubar todas as defesas.“Porque eu te quero demais, Jenna,” murmurei, voz baixa. “E isso me assusta.”Ela estreitou os olhos. “Assusta por quê? É só desejo, Rylan. Eu também te quero. A gente pode aproveitar isso juntos.”“É aí que tá o problema.” Dei um passo atrás. Apoiei a mão na parede. “Com você… não é só desejo.”Ela cruzou os braços, desafiadora. Mas a respiração pesada a entregava. Ela não era imune.“Você tem medo de quê?” perguntou. “De me marcar? De eu fugir depois? É isso?”
JennaEu estava perdida nele.Nos braços do Rylan, prensada contra a parede, o calor do corpo dele me consumia. Seus lábios ainda tinham o gosto do meu, e cada toque seu acendia um fogo que eu não queria apagar.“Jenna!” Uma voz cortou o corredor. "Onde você está, garota?" Era a cozinheira chefe, com aquele tom de quem não aceita atrasos. Sua voz parecia longe, mas, ao mesmo tempo, nos tirou do torpor daquele momento.“Vai à merda!” retruquei, sem pensar. Minha voz saiu afiada, o corpo grudado no do Rylan. Não queria sair dali. Nunca.Ele riu baixo, o som vibrando contra meu pescoço. “Calma, pequena,” murmurou, mas suas mãos apertaram minha cintura, possessivas.Eu só queria ele. Qualquer lugar. Qualquer canto. S&
StefanosDesci do alto da escada e flagrei Rylan cruzando o corredor com os ombros tensos demais pra alguém que só devia estar buscando respostas."Você tá estranho, Beta..." comentei, parando no último degrau. "Ou tá indo matar alguém, ou acabou de sair da cama de uma loba e não deu conta do recado."Ele me lançou um olhar fulminante, mas ficou calado.Foi aí que o cheiro dela me atingiu. Doce, apimentado... Jenna.Ri de lado, sem piedade."Não enche, Stefanos," ele rosnou, e meu riso aumentou.
NuriaA luz dourada da lareira dançava pelo pequeno salão enquanto o som do riso preenchia o ambiente. Meu pai serviu mais uma rodada de vinho, minha mãe cortava pedaços extras de torta para Elias, e Gael ainda insistia em me provocar."Você vai mesmo fazer isso?" Ele perguntou, encostado na mesa, os braços cruzados."Claro que vai," meu pai respondeu antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. "Minha filha, primeira violinista da Orquestra Nacional!"O orgulho em sua voz fez meu peito vibrar. Ser escolhida para a Orquestra Nacional era um sonho que eu nem ousava imaginar, e agora estava diante de mim. Mas havia um preço."Se eu aceitar, terei que viver entre os humanos."O silêncio caiu por um instante.A Alcateia Lunar sempre fora meu lar. Uma comunidade fechada, isolada dos humanos, escondida entre as montanhas. Enquanto outras alcateias tentavam se misturar ao mundo moderno, a nossa se mantinha fiel às tradições antigas. Saindo dali, eu me tornaria mais uma loba aventureira."Você
NuriaSeis meses.Seis meses de agonia. De dor. De espera.Seis meses de um pesadelo sem fim, onde cada dia era um lembrete de que minha existência não me pertencia mais.O Alfa da Alcateia Invernal não era um homem. Era uma sentença.Desde a noite em que Solon marcou minha pele com seus dentes, eu me tornei sua propriedade. Seu experimento. Seu fracasso.Ele me trancou em um quarto, me forçou a beber seus chás, a suportar seus toques, a ouvir suas promessas doentias. Me reduziu a nada além de um ventre vazio, uma peça defeituosa no seu plano de grandeza.E agora, meu tempo acabou.A sentença seria cumprida.Meus olhos estavam fechados, mas eu já sentia tudo ao meu redor.O cheiro da terra úmida. O vento cortante da noite. As correntes frias ao redor dos meus pulsos e tornozelos. A respiração irregular das outras mulheres condenadas.O altar estava pronto.Eu seria sacrificada à Deusa.Um grito cortou o silêncio.Dessa vez, eu abri os olhos.A dor veio de imediato. O ferro cravado em
StefanosO cheiro de sangue ainda impregnava o ar. Denso. Ferroso. Familiar.Eu estava acostumado a ele.A guerra moldou quem eu sou. Desde jovem, fui treinado para isso, para caçar, para matar, para nunca hesitar. Enquanto outros alfas se preocupavam com política e alianças frágeis, eu me fortalecia no campo de batalha.Minha alcateia prosperava porque eu a construí com ferro e sangue.E foi isso que chamou a atenção do Alfa Supremo.Aos vinte anos, recebi minha primeira ordem direta. Aos vinte e cinco, me tornei seu lobo de confiança. Hoje, aos trinta e oito, sou mais do que apenas um Alfa.Sou seu executor. Seu cão de briga. O predador que ele solta quando quer que alguém desapareça.E, até agora, nunca falhei.A Alcateia Invernal já estava condenada antes mesmo de eu pisar naquele solo. Solon cavou a própria ruína, preso em sua obsessão cega, agarrando-se a rituais ultrapassados e crenças insanas.Se as investigações estivessem corretas, ele fazia parte de um clã não reconhecido p
NuriaO salão estava em silêncio, mas não era um silêncio vazio. Era sufocante, carregado, um campo de batalha onde as palavras eram lâminas afiadas, e eu sabia que a primeira a vacilar seria a primeira a sangrar.Stefanos pegou a garrafa no aparador, encheu o copo e virou o líquido em um único gole antes de se servir de mais uma dose. O whisky queimava sua garganta, mas não tanto quanto sua paciência ao lidar comigo.Então, me olhou.Havia algo calculado naquele olhar. Ele me estudava não como uma mulher, mas como um enigma que ele queria desmontar peça por peça.Apoiou-se na mesa, os dedos longos girando o copo lentamente. O whisky refletia a luz branda do salão, mas seus olhos... prateados como lâminas, prontos para cortar no momento certo."Vai me dizer seu nome ou quer que eu arranque de você aos poucos?"Segurei seu olhar sem hesitar.Não responder era minha única arma agora.Mas ele não era do tipo que desistia facilmente.O canto de sua boca puxou um sorriso de leve. "Acha que