Nuria
A cozinha da mansão estava uma bagunça organizada, cheia de aromas, risadas abafadas e passos rápidos cruzando o piso polido. Panelas borbulhavam, assadeiras iam e vinham, e Teodora soltava ordens com a naturalidade de quem já fazia aquilo há séculos.
No meio de tudo isso… Jenna.
Sentada no canto da bancada com uma faca de legumes em uma mão e uma maçã na outra (que claramente era só desculpa pra ficar ali), ela falava mais do que cortava. Mas eu a conhecia o suficiente pra saber quando algo estava diferente.
Tinha um brilho nos olhos dela. Um sorriso escondido nos cantos da boca.
E o
StefanosO cheiro do almoço já dominava os corredores da mansão quando eu e Rylan cruzamos o saguão em silêncio. Havíamos acabado de sair da sala de estratégia, onde cada palavra dita ainda pulsava em nossos pensamentos como um tambor de guerra.A sala de jantar estava iluminada pela luz do sol da tarde, que atravessava as janelas e caía sobre o chão de mármore como um lembrete cruel de que, apesar do caos lá fora, ali dentro a rotina ainda tentava resistir.Por um instante, aquilo me pareceu paz.Mas meu lobo sabia: era apenas o olho do furacão.Rylan ca
StefanosA louça ainda estava sobre a mesa quando senti o primeiro arrepio.Nuria estava prestes a falar, os lábios entreabertos, os olhos fixos nos meus, pronta para questionar o que eu e Rylan havíamos sentido. Mas as palavras morreram na garganta dela no mesmo instante em que a sirene rompeu o silêncio da mansão.O som cortou o ar como uma lâmina.Longo. Estridente. Urgente.A mesa vibrou com o impacto do alerta.Levantei no mesmo segundo, a cadeira arrastando com violência contra o chão. Rylan já estava de pé,
StefanosO silêncio depois da batalha foi curto.O sangue ainda escorria pelas pedras do solo quando outro cheiro rasgou o ar.Mais lobos.Dessa vez… não errantes.Mas também não nossos.Rylan se ergueu ao meu lado, ainda em forma Lycan, os olhos fixos na linha da floresta, onde o vento já trazia a verdade."Cheiro conhecido..." ele rosnou. "Alcateia de Trevak."Cerrei os dentes.A Alcateia de Trevakestava em negociação com a Boreal
NuriaA porta se abriu com força.Eu me levantei num salto, o coração ainda acelerado pela ausência dele, mas a presença dele bastava para me fazer correr."Stefanos!"Atravessando o quarto num segundo, me joguei contra o peito largo e quente que eu tanto conhecia, sentindo o cheiro dele... suor, fumaça... e sangue."Você está ferido?" perguntei, ofegante, as mãos tentando abrir o tecido rasgado da camisa, os dedos tremendo de medo.Mas ele segurou minhas mãos com firmeza."N
StefanosFechei a porta do quarto atrás de nós, trancando o mundo lá fora. Ela ainda estava em meus braços, mas sua respiração não era leve como antes.Era contida.Tensa.Caminhei com ela até a beirada da cama e me sentei, acomodando Nuria no meu colo como se fosse feita de algo que eu não pudesse perder. O sangue seco ainda tingia sua mão, e foi ali que levei minha atenção primeiro.Segurei seus dedos delicadamente, observando o corte já quase fechado.<
StefanosEla ainda estava no meu colo, os braços em volta do meu pescoço, o coração acelerado contra o meu peito... mas algo dentro dela já tinha ido embora.As palavras dela ainda ecoavam na minha mente."Ele era irmão do Supremo."O impacto daquilo me atravessou como um golpe seco. Não era só sobre ela. Era sobre tudo o que isso representava.A linhagem.O segredo.A Deu
NuriaEle me encarava como se o mundo inteiro fosse insignificante perto de mim.Os olhos em brasa, o corpo tenso como se cada fibra de músculo implorasse pra me tocar... e quando suas mãos deslizaram pelas minhas coxas com firmeza, senti meu corpo vibrar."Você não faz ideia do que acabou de me dizer," ele sussurrou, a voz baixa, rouca, carregada de algo que beirava a loucura. "Minha doce Ruína...minha doce perdição."Antes que eu respondesse, sua boca colou na minha com uma urgência.O beijo era bruto e doce ao mesmo tem
NuriaEu mal conseguia respirar.Meu corpo ainda vibrava com os toques dele, com os beijos, com a forma como Stefanos me fez perder o controle de tudo. Cada músculo ainda pulsava, cada célula parecia viva demais. Mas o mais louco? Eu ainda o queria. Como se aquele ápice tivesse sido só o começo.Me levantei devagar, com as pernas trêmulas, e fui até o banheiro. Precisava lavar a mão ferida, esfriar a cabeça... ou tentar.Abri a torneira. A água escorreu fria sobre meus dedos, limpando os resquícios do sangue seco, e mesmo ali... sozinha por segundos... eu ainda sentia ele dentro de mim.Mas não fiquei sozinha por muit