Passados dois dias, César foi às escondidas, a fazenda do Coronel Germano. Euvira deu um jeito para o casal se encontrar sem serem vistos:
- Matilda, soube da morte repentina de sua mãe.- Sim, César, foi horrível!- Eu sinto muito.Os dois se abraçaram forte, enquanto Matilda chorava.:- Preciso, confessar-lhe algo.- O que minha querida.- É que desde, aquele dia em que nos amamos, espero em meu ventre uma criança, um filho seu.César reagiu radiante a noticia, e maravilhado, abraçava e beijava Matilda.O Coronel, percebendo a ausência de Matilda, mandou que seu capataz, seu Irineu os procura-se. E para infelicidade dos apaixonados, os encontrou. E não se deixando ser visto, ouviu toda a conversa:- Meu amor, precisamos fugir, o mais rápido possível.- Sim, minha querida, vamos fugir amanhã. Quando seu pai, for acertar os detalhes para o suposto casamento, fugiremos eu ti, e nosso filho.- Sim, seremos felizes, vamos criar nosso filho bem longe daqui. Quero levar conosco, minha grande amiga Euvira.- Está certa, meu amor.Seu Irineu, saiu correndo, contar tudo que ouviu ao Coronel Germano.:- Não acredito! Minha filha, pretende fugir amanhã, com aquele imbecil, e ainda por cima levando consigo Euvira. Ela deve ser culpada de tudo isso, essa escrava vai se ver comigo. Isso nunca, jamais permitirei. Maldito César, engravidou minha filha de um bastardinho. Amanhã Irineu, coloque todos os capatazes e os escravos de guarda, minha filha e aquele Doutorzinho não saem desta fazenda juntos. E assim, que César chegar, me avise imediatamente.- Sim, senhor Coronel. Daqui da fazenda ele não sai com a senhorita Matilda.Euvira e Matilda arrumavam suas coisas, sem desconfiar de nada. À noite, Matilda mal dormiu, pensando em César.No outro dia bem cedo, Euvira foi correndo ao encontro de Matilda, a fim de avisa-la da chegada de seu amado, que já estava a sua espera.O casal se abraçou forte, e se beijaram apaixonadamente, quando foram surpreendidos, pela chegada do Coronel Germano, que agarrou Matilda pelo braço gritando:- Vagabunda!Deu-lhe dois t***s no rosto, um em cada face, o que a fez cair no chão.:- Não bata nela Coronel...- Cale a boca, Doutorzinho. E apontou-lhe uma arma.Matilda gritava:- Não papai, não o mate. Mate-me em seu lugar, poupe-lhe a vida.- Cale a boca sua...- Não ouse, insulta-la novamente.- Cale a boca doutorzinho, acha mesmo que permitirei que fujas com minha filha?- Coronel eu lhe imploro, me deixa casar com sua filha.- Isso não será possível mediante seu estado… coronel atirou certeiramente no peito de Joaquim. - Homens mortos não se casam.- Pai, o que você fez? Matilda soltou um grito estridente que expôs seu horror ao que o pai acabara de fazer.Matilda tentava descontroladamente se achegar a César que se encontrava atirado no chão ensanguentado, mas foi impedida por seu pai.- Me solta pai, me solta. César! César, não morre meu amor por favor! César.Coronel Germano se dirige a seus capangas:- Já sabem o que fazer. Levem esse homem daqui, e certifiquem-se de que ele esteja morto.- Não pai, eu imploro!- Cale a boca Matilda!- Assassino! Assassino, matou César com um tiro e matou minha mãe de desgosto.- Já chega Matilda! Esqueça tudo o que se passou aqui, quanto a esse bastardo que carrega no ventre, após o casamento Joaquim, deve pensar que esse filho é dele. Não sairá de sua alcova, até o dia do casamento. E quanto à escrava Euvira, lhe darei seu castigo, tenho certeza que aquela escravinha inútil está metida nisso.Matilda sequer se moveu, nem estava atenta ao que seu pai lhe falara, ela só conseguia pensar em sua mãe, em Euvira e no Doutor César. Já a pobre Euvira, o Coronel foi muito rígido com ela. Como se ela fosse culpada de toda aquela desgraça. Ele a mandou para o tronco, onde ela levou cinco chibatadas, e seu pior castigo, ela ficou no tronco sem comida nem bebida, até o dia do casamento, pois o Coronel, pensava que Euvira seria capaz de ajudar Matilda a fugir para longe, para não se casar.No auge desses acontecimentos, Joaquim fora visitar a noiva, porém o Coronel, temendo que a filha posse tudo a perder, contando ao noivo que esperava uma criança de outro, impediu que o rapaz visse a filha.Chegou o dia do casamento. Euvira, foi tirada do tronco, e a levaram para a senzala, a jogaram numa sela, e da mesma forma em que caiu, ela permaneceu imóvel, sentia tantas dores no corpo, que nem se mexia. Na alcova de Matilda, as escravas a vestiam para o casamento, Matilda estava pálida, mal comia nos dias anteriores, pois tamanho foi o choque que levará com tudo o que aconteceu. Matilda estava sem reação, não chorava, não gritava, apenas afogava sua dor dentro em si. A gravidez, já tomava aspectos, foi preciso disfarçar a saliência do ventre com um espartilho apertado. Na hora, de entrar na igreja, o Coronel Germano se impressionou com a filha, que continuou sem reação, como se estivesse em estado de choque, sua única expressão de dor, foi uma lagrima que desceu pelo seu lindo olho azul. Ela entrou na igreja arrastada por seu pai, até o altar. E lá ele a entregou a Joaquim, Matilda não conseguia sequer olhar para Joaquim, ela o via como um monstro. Na hora de dizer sim, seu co
De manhã bem cedo, Euvira que já se sentia melhor, subiu à alcova de Matilda: - Minha amiga, como ti estais? Estais muito machucada? - Se aquiete Matilda, já estou mio, mais e ocê? - Não tive escolha, tive de me casar. E o pior hoje irei para a fazenda dele, mais vou leva-la comigo. - Eu irei. - Sabe, ontem me livrei daquele crápula. - Mais hoje, ocê não vai conseguir sinhá. - Vou sim Euvira. Eu jamais cederei a ele. - Pelo contrario Matilda. Ocê tem de ceder. Logo sua barriga começará a crescer. Como ocê vai se explicar? O senhor Joaquim tem de pensar que esse filho é dele... - Não Euvira, isso nunca! - Sinhá, é pro seu bem e o bem de seu foi, se ele descobre ele mata ocê, ou pior o senhor Joaquim é capaz de matar o seu fio quando nascer. - Não, eu não vou permitir, eu amo essa criança e para que ela viva, eu farei qualquer coisa. Assim que Joaquim acordou, quis ir embora para sua fazenda, ele a esposa e Euvira, partiram bem cedo. Joaquim estava tão enfurecido que mal ol
O tempo foi passando, Joaquim sentia a cada dia, mais amor pela bela Matilda. Ele fazia todas as suas vontades. Não maltratava como antes, seus pobres escravos. Agora ele queria ser digno do amor da esposa, Matilda no entanto não conseguia esquecer o Doutor César, ela ficava acariciando sua barriga e pensando em César. Às vezes era surpreendida por seu marido: - O que foi minha querida? Sempre a vejo pensativa, no que pensa? - Penso em minha vida. - Por que? A vida ao meu lado, não lhe tem feito feliz? Ela se calou e abaixou a cabeça. :- Seu silêncio é capaz de dizer a sua infelicidade. Ti não me amas, nem se quer sente carinho por mim? Ainda me julga um monstro, um devasso como no dia em que nos casamos? Matilda percebendo a tristeza do marido, lhe fez um gesto de carinho, acariciando seu rosto. :-Não meu caro Joaquim, ti não eis mais um devasso como outrora, sua mudança se fez notória para mim. Ao menos, tens sido um excelente marido, me tratas com doçura. - Eu realmente mud
Era chegada a hora de Matilda, que deu a Luz a um menino, que ela quis chamar de César. Porem seu marido, queria lhe colocar o nome de Julio. Joaquim, desconhecendo a importância do nome César para Matilda, e sempre querendo faze-la feliz, satisfazendo suas vontades. O chamou de Julio César. Mesmo depois de dois anos passados, Joaquim ainda sofria com o desprezo da esposa, que não tinha olhos para ele. Só tinha olhos para seu filho, que tanto lhe lembrava seu grande amor. Agora Matilda esperava outra criança em seu ventre, um filho legítimo de Joaquim. O pai de Matilda ia por muitas vezes a fazenda de Joaquim visitá-los, e procurava evitar ao Maximo, que a verdade sobre seu primeiro neto viesse à tona. Ele proibia e ameaçava Matilda, para que ela jamais revelasse a Joaquim a verdade, como se fosse possível esconder por toda uma vida um segredo tão grande. Joaquim, aborrecido com sua mulher, que muitas vezes se negava a ele, se embebedou, e estando bêbado forçou a pobre Euvira a ce
Chegou novamente a hora de Matilda, ele estava preste a dar a luz. Nesta hora, em meio a seu imenso desespero, Joaquim aproveitando-se da oportunidade, mandou que o capataz açoitasse Euvira com oito chibatadas, assim ela perderia o bebê, e ele não teria mais um filho bastardo, não queria fazer mais mal ainda a Euvira, mas não poderia permitir que seu erro se perpetuasse, aquela criança, devia morrer. Porém, o plano não deu certo. A dor provocada em Euvira, apenas desencadeou um parto precoce. E apesar de o parto ter sido longo e difícil, a criança sobreviveu, era uma linda menina de pele clara, como a do pai, e olhos verdes, como os de Euvira. Mas, em meio a tanta dor, Euvira não resistiu e morreu. Matilda, sem saber da morte de sua grande amiga, alegrava-se junto com seu marido, enquanto amamentava sua filha, uma menina loirinha de pele clara e olhos castanhos, assim como os de Joaquim. Matilda a chamou de Marina. Matilda, estava em sua alcova, com Joaquim, quando a escrava Josef
Vera Cruz 1740, cidadezinha pacata da gloriosa Lírios, capital de Versalhes. Albertina era uma moça linda, muito jovem, inexperiente, talvez por conta disso é que se dava sua grande inocência. A jovem donzela nascera numa família pobre, seus pais mal tinham condições de colocar na mesa o alimento diário. A família vivia num pequeno casebre, porém Nereu Dias, o pai da jovem Albertina, homem muito honrado, sempre se sacrificou ao Maximo a fim de dar a filha e a esposa Gertrudes uma vida descente, sem jamais perder a fé:
O tempo foi passando, Joaquim resolver atender a vontade da esposa, e não vender sua filha Celina. Com medo de perder sua amada, Joaquim aos poucos foi mudando, não maltratava mais a seus escravos, e os pobres não passavam mais fome. Porém Joaquim sempre estava tristonho, pelos cantos, pensando nas duras palavras ditas por Matilda.. E Matilda, vendo a tristeza do marido, se aproximou dele: - Joaquim, o que há convosco? - Matilda, não fique perto de mim, como ti mesmos dissestes, eu sou um monstro. - Não, meu querido ti não sois um monstro. Ti já fostes, mais não é mais. Não sofra mais. - Como não sofrer? Se estou preste a te perder, florzinha. Ti mesma dissestes que vai me abandonar. Eu não saberei viver sem ti, florzinha, meu amor. - Não se martirize Joaquim, eu jamais vos deixaria meu querido, eu não poderia... Matilda fez algo, que jamais imaginou fazer, ela beijou seu marido. Após o beijo, Joaquim olhava Matilda surpreso e impressionado. Matilda olhava Joaquim, muito confu
O Coronel Germano, pai de Matilda, foi à fazenda de Joaquim, para conhecer seu neto, João Manoel, Matilda quis lhe falar em particular: - Senhor meu pai, desejo ardentemente confessar toda a verdade sobre meu filho Julio César. - Isso nunca. Jamais seu marido deve saber a verdade. Ele a deixaria. Nisso, Joaquim foi se aproximando sem ser percebido pelos dois, e ouviu o restante da conversa. :- Meu pai, mesmo correndo o risco de que Joaquim me deixe, eu devo contar-lhe a verdade. - Não minha filha! Jamais deve contar que Julio César não é filho dele. - Eu vou contar-lhe, não só que Julio não é seu filho, mais que também já me casei com ele, esperando Julio César, o filho do homem que eu tanto amei, antes de me casar com Joaquim. O homem, que o senhor meu pai matou de maneira cruel, dias antes do meu casamento... - O que Matilda? Mal posso acreditar no que ouvi! Matilda se surpreendeu, após perceber que seu marido soube de tudo, e da pior maneira possível. Ela então criou corage