Kimberly tinha apenas 5 anos quando viu seus pais serem assassinados. Ruggero era um policial viúvo, que perdeu a mulher e o filhinho em um triste acidente. Mas o que ambos não imaginavam é que suas vidas se cruzariam e nunca mais seriam as mesmas. Ruggero adota a pequena Kim e os dois criam um laço de amor e cumplicidade. Anos depois, quando a jovem já está com 22 anos, ela vive em um relacionamento abusivo e para se livrar da situação, foge para outro estado, onde tenta reconstruir sua vida. Eis que um dia a jovem conhece um belo rapaz, Connor, que balança seus sentimentos, mas será que ela conseguirá viver esse romance? Destinos cruzados é uma história de drama, romance, segredos, mistérios e suspense, que promete te prender do primeiro ao último capítulo. Se ficou interessado em saber mais, se prepare, que essa história está apenas começando.
Ler maisEu vi meus pais serem assassinados. Eu tinha apenas cinco anos quando tudo aconteceu, mas lembro de cada detalhe.
Estava aos prantos embaixo da minha cama, enquanto meus pais estavam na sala com um ladrão, que havia entrado em nossa casa. Assim que meus pais escutaram um barulho vindo dos fundos, eles pediram pra eu me esconder no meu quarto, mesmo com muito medo eu obedeci. Escuto muitos gritos, minha mãe estava chorando e meu pai tentava conversar com o ladrão. Eu cubro meus ouvidos para não escutar. Eles gritam muito, o bandido fala muito palavrão para meus pais, naquela época eu não sabia o significado de nenhum deles. Me sinto perdida, sem saber o que fazer, resolvo ir pé por pé até a porta do meu quarto, que dava de frente pra sala onde eles estavam, ninguém me vê mas eu os vejo, minha mãe chorava muito e meu pai tentava acalmá-la, e de repente…
Pum… Pum… Pum… Pum...
Eram tiros. Eu só tinha 5 anos, não entendi o que estava acontecendo, mas me desespero, começo a tremer muito. Meus pais estavam mortos. Eu os vi morrerem. Com muito medo eu resolvo me esconder novamente embaixo da minha cama. Ouço alguns barulhos na sala. Tenho medo que o ladrão me encontre. E de repente tudo fica um completo silêncio.
Minutos depois escuto várias sirenes, era a polícia. Escutei um enorme barulho. Eles arrombaram a porta da minha casa, e então escutei vozes. Estava muito assustada. De repente eu avisto pernas, alguém havia entrado no meu quarto. Espio sem que me vejam, era um policial, algo me diz que eu posso confiar nele.
- Me ajuda, tio. - Peço aos prantos.
Ele me olha. O olho muito assustada.
- Hey, venha aqui. - Ele diz ao me tirar de debaixo da cama.
- Qual o seu nome? - Me pergunta.
- Kimberly. - Falo aos prantos.
- O meu é Ruggero, mas pode me chamar de Rugge.
- Cadê os meus pais? - Pergunto temendo a resposta.
Ele não responde, apenas baixa a cabeça em silêncio. Acho que eu entendi o porquê da reação dele.
- Venha, vou te tirar daqui. - Me diz.
Ele me pega no colo. O abraço bem forte no pescoço. Ainda estou muito assustada. Passamos pela sala, vejo dois corpos ensanguentados, eram meus pais. Desabo a chorar e a tremer. O policial cobre meus olhos, foi a pior cena que eu já vi na vida.
Ele me coloca dentro da viatura, põe o cinto em mim e me pede pra eu aguardar por um instante. Não consigo dizer nada, apenas fico com a imagem dos meus pais mortos na cabeça. Vocês conseguem imaginar o que é isso para uma criança de 5 anos? Não queiram!
Minutos depois chega um carro do IML, vejo quando algumas pessoas saem do carro e entram na minha casa, eles levam os corpos dos meus pais e colocam dentro do carro, eu apenas observo tudo. Nesse dia eu deixei de acreditar em Deus, se Ele existisse nada disso teria acontecido.
Algum tempo depois, três policiais entram no carro. Olho para eles e sinto um pouco de medo, não sei pra onde eles me levariam.
- Vai ficar tudo bem. - Diz Rugge.
''Não, não vai.'' - Penso.
Fico lembrando do momento de pavor que vivi minutos atrás, ainda não acredito que isso esteja acontecendo. Acabo dormindo. Tive pesadelo com aquela cena horrível dos meus pais sendo assassinados.
Ao me acordar, percebo que não estou no carro. Estava em uma casa, mas não era a minha.
- Mãe! Pai! - Grito.
De repente ele aparece. O policial, Ruggero.
- Oi. - Fala.
- Quero os meus pais. - Digo.
Ainda tinha esperança de que aquilo tivesse sido um terrível pesadelo. Mas não era.
- Oh, pequena, eu queria tanto que isso não tivesse acontecido, mas infelizmente os seus pais viraram estrelinhas.
- Então não foi pesadelo? - Pergunto.
Ele nega com a cabeça.
Começo a chorar e o abraço.
- Hey, me conte, você tem tios, avós, algum parente?
- Não. Os únicos avós que eu conheci morreram faz um tempo, e meus pais não tem irmãos. Eu não tenho ninguém, tio.
- Oh, baixinha...
Ele me olha com tamanha ternura. O olho com os olhos lacrimejados, Tinha medo do que podia acontecer comigo agora que eu não tinha ninguém no mundo.
Rugge me dá bolachas e um leite quentinho pra eu comer. Não estava com fome, mas tento comer um pouco.
Ele me coloca para dormir em um quarto bem amplo, observo tudo a minha volta, e me sinto pequena naquele lugar.
- Onde você vai dormir, tio? - Pergunto.
- Na sala. Minha casa é de só um quarto. Qualquer coisa você me chama, tá bem?
Aceno a cabeça positivamente. Ele dá um sorriso e sai do quarto. Olho para os lados, sinto medo. Me cubro até a cabeça. Tive pesadelo a noite toda com meus pais.
- Tio! - Grito ao acordar na manhã seguinte.
Rugge vêm rapidamente até o quarto, parecia preocupado.
- O que houve?
- Tive pesadelo.
- Tá tudo bem, querida. Vamos levantar?
Aceno a cabeça positivamente. Rugge e eu comemos cereais com leite de café da manhã. Olho para ele, enquanto come aquele cereais. Acho que eu havia gostado dele, parecia legal e bonzinho, como era meu papai.
- Tio, você tem namorada? - Pergunto.
- Não, não mais, querida.
- E filhos?
- Tinha. - Respondeu com um semblante triste. - Eu tinha uma linda e doce esposa e um filho de 3 anos, mas infelizmente eles morreram em um acidente de carro há 2 anos.
Acho que entendia a dor dele, era a mesma que eu estava sentindo. Eu não conseguia parar de pensar nos meus pais e nos momentos felizes que tive com eles durante os meus 5 anos de vida. Tento ao máximo parar de pensar nisso.
- Querida, vá tomar banho, iremos sair.
- Pra onde?
- Depois eu te conto. - Ele diz. - Você sabe tomar banho sozinha?
Nego com a cabeça. Minha mamãe ou meu papai que costumavam me dar banho, as vezes eu também tomava com eles e gostava, a gente se divertia bastante, as vezes fazíamos espuma com o sabonete e ficávamos brincando, era engraçado. Mas agora, isso nunca mais aconteceria.
- Quer ajuda?
- Não! Você é homem e não pode me ver. - Digo seriamente. - Eu vou aprender a tomar banho sozinha.
Ele dá uma risadinha.
- Você tá certa. Comprei uma roupinha pra você, está em cima da cama, depois você coloca.
Vou para o banho e tento pela primeira vez tomar banho sozinha. E era assim que eu estava, sozinha.
- Vocês? - Perguntei surpresa. - Oi professora. - Disse Maria Flor, uma das minhas alunas. Eu estava extremamente surpresa, sem entender o que estava acontecendo, eu estava com vários alunos diante de mim. Convidei todos para entrar e quase que não teve lugarpara todos se sentarem. - Quem é, amor? - Connor perguntou ao sair do quarto das meninas, e se pondo a ir até a sala. - Ah, oi pessoal. Olhei para ele, que me sorriu. Por que meu instinto me dizia que tinha dedo dele nisso? - Alguém pode me explicar o que está havendo? - Perguntei. - E aliás, vocês não deviam estar na escola agora? - Ninguém foi na escola hoje. - Disse Kevin. - É, estamos de greve de escola. - Falou JP ao cruzar os braços. - E como seria isso? - Questionei tentando entender do que eles estavam falando. - A gente não quer ter outra professora de espanhol, a gente quer a senhora, e enquanto isso não acontecer, ninguém vai pra escol
No dia seguinte, um sábado, Connor e eu resolvemos fazer uma viagem com as meninas e com a Mila e a Becky, fazia tempo que eu não via minha amiga, pois ela estava bastante ocupada com seu trabalho novo, então resolvemos aproveitar essa viagem para colocar o papo em dia, e as crianças também adoraram, estavam tão felizes.Nós fomos para Santa Catarina, ficamos em um hotel muito bonito, Connor me comentou que uma vez tinha ido para esse mesmo hotel com sua tia e que havia adorado a hospedagem e o atendimento. Mila e Becky ficaram em um quarto, já Connor, eu e as meninas ficamos em outro.Chegamos em Santa Catarina por volta de 10h, deixamos nossas coisas no hotel e fomos aproveitar para conhecer a cidade. No fim da manhã fomos a um shopping, fizemos umas compras e em seguida, resolvemos ir até a praça de alimentação para almoçarmos.Logo que Connor se retirou pa
- Como é? Você está apaixonada por um aluno? - A diretora me perguntou seriamente.- Desculpa. - Abaixei a cabeça. - Eu não queria, eu juro que tentei negar esse sentimento, mas aconteceu.- Quem é o garoto?- Connor, do terceiro ano.Ela ficou um pouco em silêncio, acho que estava refletindo sobre tudo, e eu também me pus em silêncio, enquanto aguardava que ela dissesse algo. Ela respirou fundo e depois disse calmamente:- Kimberly, isso é antiético.- Eu sei, por isso estou pedindo minha demissão.- E ele sabe sobre teus sentimentos?- Sabe sim. - Abaixei a cabeça novamente. - Nós… estamos juntos.- Juntos? Por Deus Kimberly, ele é apenas um garoto.- Que sabe ser muito mais homem do que o infeliz com quem eu me arrependo de um dia ter me casado. - Fiz uma breve pausa. - E eu já convers
Connor e eu almoçamos em um restaurante na zona sul, um dos melhores da região se tratando da gastronomia, e era o meu restaurante preferido, o garoto me levou de surpresa, mas já sabendo que eu adorava aquele lugar, e com certeza, foi uma surpresa super agradável.- Você não existe, sabia? - Falei enquanto aguardávamos nossos pratos chegarem.Eu havia pedido um filé de costelas com batatas raspadas, já Connor havia pedido abóbora assada com bobó de camarão e catupiry.- Bom, se eu não existo, nesse exato momento você está sentada aqui conversando sozinha e todo mundo deve estar te chamando de louca, bom, eu também te chamaria, já que você alucinou coisas que nunca existiram entre a gente, afinal, eu não existo. - Falou Connor ao me arrancar um imenso sorriso.- Mas é muito bobo esse meu namorado. - Sorri e lhe dei um se
- Tia, eu a amo. - Falou Connor. - Ela me faz feliz, não é isso que a senhora quer pra mim? Que eu seja feliz?- É claro que sim, meu bem. - Ela pegou nas mãos do garoto e olhou no fundo dos seus olhos. - Sabe, eu sempre sonhei em você namorando, tendo filhos, construindo uma família e nos meus sonhos você sempre namorava uma jovem da tua idade, acho que é normal a gente pensar assim, mas saiba que se é isso mesmo que você quer,eu vou te apoiar. Sempre. E… Bom, eu também sabia que vocês viajaram juntos.Connor e eu nos olhamos sem entender como isso era possível, e se ela sabia por que não nos falou nada? Por que agiu como se não soubesse? Para mim, isso não fazia sentido, e ela não parecia brava ou algo do tipo, pelo contrário, de fato, eu não estava entendendo nada.- Então, por que não nos disse nada? - Pe
KimConnor e eu havíamos feito as crianças dormirem e depois fomos para o meu quarto. Nos deitamos em minha cama e enquanto eu escutava seus batimentos cardíacos, lhe fiz um pouco de cafuné e me pus a pensar que talvez ele estivesse mentindo sua idade para mim, ele devia ter por volta de uns 30 anos, porque não era possível tanta maturidade assim, ele tinha carinha de bebê e cabeça de uma pessoa bem mais velha, e eu gostava disso.- O que você tá pensando? - Me perguntou.- O quanto eu te amo. - Falei vendo surgir um lindo sorriso em seus lábios.- Eu também te amo.Sorri também e ele me beijou. Eu tinha que concordar com meu pai, dessa vez eu acertei em cheio, escolhi o homem certo para mim e não poderia ter escolhido alguém melhor.Connor era um cara incrível, um ótimo namorado e estava sendo um excelente p
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