Já no quarto da casa, Ava abre a sacola que Hector lhe entregou e, com um suspiro sofredor, retira o vestido de dentro. Pela primeira vez, o analisa com mais cuidado.
O tecido branco escorrega por entre seus dedos com uma leveza tão delicada que a irrita. Era lindo — claro que era. Elegante, sofisticado, delicadamente provocador. Exatamente o tipo de escolha que Hector Moreau faria: algo que exalasse poder e feminilidade ao mesmo tempo.
Sem perceber, sente um incômodo crescer por dentro. A ideia de usar aquele vestido num casamento que não passava de um acordo mexia com ela mais do que deveria.
Não é real, ela lembra a si mesma. Nada disso é real.
Mas mesmo repetindo isso mentalmente, não conseguia ignorar o aperto no peito. Porque, de alguma forma, tudo parecia… mais definitivo agora.
Com delicadeza, pendura o vestido em um cabide e o encara por alguns segundos, como se esperasse que ele lhe desse algo — talvez uma saída.
Mas nada acontece.
E mesmo que não quisesse assumir, foi ela q