Por uma fresta tímida da cortina, o sol invadia o quarto como uma criança teimosa tentando acordar os pais. Lá fora, os pássaros cantavam embalados pelo som do mar. Quem olhasse para eles não imaginaria que, vinte e quatro horas antes, tudo entre Sean e Alex era puro conflito.
Sean estava acordado, sem abrir os olhos, enrolando uma mecha de cabelo ruivo de Alex entre os dedos, sentindo o cheiro dela, o calor da mulher que repousava em seu peito. Ele não se importava com a hora — quase sete da manhã, a agenda apertada, os problemas impostos pelo “Satanás de olhos azuis” ou pela santa inquisição que seu pai organizava em sua vida profissional e de bônus na sua vida amorosa. Ali só importava ela.
Lentamente, suas mãos deslizavam pelas costas de Alex, sentindo o contorno da coluna, as curvas do quadril, uma estrada sinuosa que ele morria de vontade de percorrer por completo. Curvou-se e a beijou, mas não de forma possessiva, como sempre fazia; foi um beijo delicado, para que ela despertas