Sean Black
O relógio marcava sete e trinta quando desci as escadas do andar superior.
O som abafado das ondas vinha de longe, atravessando o jardim e tocando a casa como um sussurro antigo.
Vesti uma camisa branca de linho, mangas dobradas até os cotovelos, calça social preta e sapatos engraxados. Tudo no lugar. Exceto o coração, que batia em um compasso desordenado.
A mesa estava posta com a elegância habitual de Magnólia: toalha de linho, louças francesas, cristais alinhados, e aquele perfume sutil de flores brancas — uma mistura entre poder e tradição.
E então, ela apareceu.
Alexandra.
No alto da escada, parada por um instante, como se o mundo inteiro tivesse parado também.
O vestido rosa envelhecido moldava o corpo dela com doçura, o tecido leve descia até os tornozelos. Uma gargantilha dourada brilhava sutilmente no pescoço, e o coque, meio desfeito, deixava fios escapando — rebeldes, perfeitos.
Subi um degrau, depois outro, até que ela estivesse a apenas um passo de mim.
— Está