Sean
O silêncio dela pesava mais que qualquer palavra. As marcas em sua pele eram minhas, e ainda assim eu a vestia como se quisesse escondê-las do mundo. Retirei o blazer e cobri os ombros dela. O tecido engoliu a nudez, mas não a apagou da minha memória — nada nunca apagaria.
Foi então que Alexandra mordeu o lábio.
Maldita.
Ela não tinha ideia do que fazia comigo quando fazia isso. Meu sangue ferveu. O coração perdeu o compasso. Aquilo era meu gatilho secreto, meu vício. Um gesto simples, inconsciente, que me quebrava por dentro. Cada vez que ela mordia o lábio, eu me via dividido entre devorá-la ali mesmo ou ajoelhar-me diante dela.
Respirei fundo, forçando-me ao controle. Meu corpo implorava, mas minha mente ordenava disciplina. O domínio era tudo o que me restava.
— Vamos — disse, curto, firme.
A guiei pelo corredor vazio, até o elevador. O som dos nossos passos ecoava nas paredes como lembrança de tudo o que tinha acontecido. Sua mão, pequena na minha, ainda tremia. E mesmo assi